FOLHA DE SP - 27/07
SÃO PAULO - Tuitei outro dia essa cretinice que dá título à coluna, referindo-me ao resultado da pesquisa Datafolha -o empate técnico entre o aprendiz de skatista José Serra e o neojanista Celso Russomanno. O tucano alcançou 30% das intenções de voto, contra 26% do candidato do PRB. Bom para ambas as partes.
Por um instante fiquei em dúvida se deveria ter tuitado, para ser mais explícito, "tá Russo, Manno".
Achei que não, porque na realidade queria sugerir um cenário de névoa na eleição paulistana -e uma das acepções de ruço é justamente esta, bruma, nevoeiro.
Possivelmente dez entre dez entendidos de política apostariam que o retrato da pesquisa não será o mesmo depois que começar o horário gratuito, esse favor que o Estado e a sociedade fazem aos candidatos para que contem lorota na TV e no rádio sem pagar nada.
Com mais exposição do que Russomanno, os nomes da situação paulista e da situação federal tenderiam, pela lógica, a polarizar o pleito.
O problema é que está difícil encontrar um ângulo do qual essa eleição pareça auspiciosa para a cidade.
Serra, por exemplo. Poderia jurar que está louco para ser prefeito e implantar políticas municipais incríveis, mas é óbvio que só pensa naquilo. Brasília. O que dizer, aliás, de quem já abandonou o barco e deixou de presente para São Paulo o menos que medíocre Kassab (o mais mal avaliado dos prefeitos de seis capitais, segundo o Datafolha)?
E o que nos reservará o misterioso pavão petista, o trapalhão do Enem, que beijou a mão do doutor Paulo e perdeu a vice "dos sonhos"?
Bem, quem sabe Russomanno acabe mesmo se dando bem. Ou a Soninha passe de bike. Ou o PSTU tome o Palácio de Inverno. Ou Eymael deixe, enfim, o jingle para entrar para a história...
Afinal, também na política o Sobrenatural de Almeida pode fazer das suas e puxar o tapete da lógica e dos entendidos. Veremos.
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