SÃO PAULO - A julgar pelas atléticas imagens dos candidatos no fim de semana, a partir de 2013 São Paulo será uma cidade sobre duas rodas. Uns mostrando mais familiaridade, outros botando fé no ditado segundo o qual nunca se esquece como andar de bicicleta, José Serra (PSDB), Fernando Haddad (PT) e Gabriel Chalita (PMDB) puseram capacetes, deram suas pedaladas e se comprometeram com propostas para a chamada ciclomobilidade.
Prova de que o tema entrou definitivamente na agenda do paulistano. Resta saber se as promessas de se multiplicar as vias para bicicletas na cidade são factíveis e merecerão do eleito o mesmo gás que os postulantes tiveram para sair bem nas fotos.
Serra largou na frente e propôs, no sábado, a meta de 400 km de ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas. Além disso, pôde elencar as obras que já fez quando ocupou a prefeitura.
No dia seguinte, o petista Haddad repetiu exatamente o mesmo número de extensão de faixas, mas avançou na pauta dos cicloativistas ao propor a integração das bikes ao Bilhete Único do transporte público.
Tudo isso, somado à ênfase na educação de motoristas, ciclistas e pedestres, compõe o arsenal básico da agenda de ONGs e usuários.
Numa cidade em que se gasta boa parte do dia no trânsito, o incentivo ao transporte em duas rodas é uma política pública necessária e urgente.
Ainda assim, é impossível não ver com ceticismo tanto entusiasmo em período eleitoral quando a prática dos governos municipal, estadual e federal é incentivar o uso de carro -seja com benefícios fiscais, seja pela precariedade do transporte público.
Também são comuns declarações de autoridades associando bicicleta a risco de morte, como fez edição recente do "Diário Oficial" do Estado.
Com tal descompasso entre prática e fotos, é de esperar que os "bikecandidatos" aprimorem as propostas e, eleitos, tirem-nas do armário, como fizeram com os capacetes reluzentes e suas magrelas envenenadas.
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