A disposição da diretoria da Petrobras de debater os assuntos ligados à gestão é um excelente recomeço
Na semana passada a diretoria da Petrobras iniciou seu périplo de divulgação do detalhamento do seu Plano de Negócios para os próximos cinco anos.
A data da primeira apresentação, ainda no Brasil, coincidiu com o primeiro dia de negociação das ações após a divulgação do aumento da parcela de remuneração da empresa nos preços de venda de gasolina e óleo diesel, algo que ficou aquém das expectativas do mercado.
Mas a realidade é que houve uma reação geral negativa, e o resultado foi a queda, naquele momento, do valor das ações da empresa. Contudo, o que se viu foi muito positivo.
Em primeiro lugar, em se tratando de companhia controlada pela União, foi bastante corajosa a abordagem envolvendo a análise de indicadores econômico-financeiros e operacionais da empresa que tiveram resultado ruim a partir de 2003.
A resolução de um problema passa pela sua correta identificação e pelo tratamento de suas causas. Não é varrendo sujeira para debaixo do tapete que isso se torna possível.
Foram várias as boas notícias. O novo plano plurianual da Petrobras, apesar de prever volume total de investimentos muito semelhante ao anteriormente aprovado, contempla aumento significativo do percentual de recursos destinados à área de E&P (exploração e produção), de longe aquela cujos projetos apresentam maiores retornos de capital.
Além disso, os compromissos de conteúdo local reassegurados pela companhia irão certamente proporcionar a melhoria da qualidade e da oferta de bens e serviços no mercado nacional.
Também deixou ótima impressão a abordagem quanto aos pilares que irão nortear as metas da companhia. Além de ter sido assumido o compromisso de rigoroso acompanhamento dos planos de implantação dos novos projetos e de adoção de ações corretivas diante de eventuais desvios, foi dado foco a aspectos importantíssimos ligados à rotina de operação.
A grande queda sofrida na eficiência dos projetos de E&P nos últimos anos realmente sugere que um trabalho estruturado voltado à melhoria do gerenciamento da rotina operacional deverá trazer ganhos de produção sobre a base de projetos já implantados.
Os custos operacionais também não foram esquecidos. A grande alta no preço do barril de petróleo, a partir do início deste século, permitiu que o lucro da Petrobras crescesse significativamente, mas com ele também seus custos. O compromisso de forte atuação no sentido de otimizá-los e, com isso, permitir que sejam reduzidas as necessidades de capital para financiar o audacioso plano de investimentos da companhia também chega em boa hora.
Outro aspecto positivo foi o retorno do contato direto dos gestores com o mercado. O processo de capitalização da companhia pela União, ocorrido em outubro de 2010 e associado à cessão onerosa de blocos do pré-sal, foi mal absorvido por grande parte da comunidade de investidores.
Como confiança é algo fácil de perder e difícil de readquirir, seria realmente de esperar que esses encontros estivessem envoltos em clima de críticas e comentários espinhosos. Mas a simples disposição da diretoria de debater os assuntos ligados à gestão da empresa defendendo suas convicções, olho no olho, é um excelente recomeço, diz muito sobre o comprometimento e a segurança dos expositores e é um primeiro degrau a subir no sentido de recobrar a fé e a esperança neles depositadas.
Isso se reveste de grande importância, até porque a afirmação, feita pelo diretor financeiro, de que o novo plano é autossustentável, sem a necessidade de novas chamadas de capital dos sócios para a sua consecução, poderia assim afastar um grande fantasma que assombra o mercado.
O maior indicador de valor de uma companhia de petróleo é o volume de suas reservas, e isso a Petrobras tem e vem continuamente demonstrando competência para aumentar. A existência de uma diretoria técnica, motivada e trabalhando em equipe, com foco e com prioridades orientadas para o essencial, é sempre muito boa notícia.
Na semana passada a diretoria da Petrobras iniciou seu périplo de divulgação do detalhamento do seu Plano de Negócios para os próximos cinco anos.
A data da primeira apresentação, ainda no Brasil, coincidiu com o primeiro dia de negociação das ações após a divulgação do aumento da parcela de remuneração da empresa nos preços de venda de gasolina e óleo diesel, algo que ficou aquém das expectativas do mercado.
Mas a realidade é que houve uma reação geral negativa, e o resultado foi a queda, naquele momento, do valor das ações da empresa. Contudo, o que se viu foi muito positivo.
Em primeiro lugar, em se tratando de companhia controlada pela União, foi bastante corajosa a abordagem envolvendo a análise de indicadores econômico-financeiros e operacionais da empresa que tiveram resultado ruim a partir de 2003.
A resolução de um problema passa pela sua correta identificação e pelo tratamento de suas causas. Não é varrendo sujeira para debaixo do tapete que isso se torna possível.
Foram várias as boas notícias. O novo plano plurianual da Petrobras, apesar de prever volume total de investimentos muito semelhante ao anteriormente aprovado, contempla aumento significativo do percentual de recursos destinados à área de E&P (exploração e produção), de longe aquela cujos projetos apresentam maiores retornos de capital.
Além disso, os compromissos de conteúdo local reassegurados pela companhia irão certamente proporcionar a melhoria da qualidade e da oferta de bens e serviços no mercado nacional.
Também deixou ótima impressão a abordagem quanto aos pilares que irão nortear as metas da companhia. Além de ter sido assumido o compromisso de rigoroso acompanhamento dos planos de implantação dos novos projetos e de adoção de ações corretivas diante de eventuais desvios, foi dado foco a aspectos importantíssimos ligados à rotina de operação.
A grande queda sofrida na eficiência dos projetos de E&P nos últimos anos realmente sugere que um trabalho estruturado voltado à melhoria do gerenciamento da rotina operacional deverá trazer ganhos de produção sobre a base de projetos já implantados.
Os custos operacionais também não foram esquecidos. A grande alta no preço do barril de petróleo, a partir do início deste século, permitiu que o lucro da Petrobras crescesse significativamente, mas com ele também seus custos. O compromisso de forte atuação no sentido de otimizá-los e, com isso, permitir que sejam reduzidas as necessidades de capital para financiar o audacioso plano de investimentos da companhia também chega em boa hora.
Outro aspecto positivo foi o retorno do contato direto dos gestores com o mercado. O processo de capitalização da companhia pela União, ocorrido em outubro de 2010 e associado à cessão onerosa de blocos do pré-sal, foi mal absorvido por grande parte da comunidade de investidores.
Como confiança é algo fácil de perder e difícil de readquirir, seria realmente de esperar que esses encontros estivessem envoltos em clima de críticas e comentários espinhosos. Mas a simples disposição da diretoria de debater os assuntos ligados à gestão da empresa defendendo suas convicções, olho no olho, é um excelente recomeço, diz muito sobre o comprometimento e a segurança dos expositores e é um primeiro degrau a subir no sentido de recobrar a fé e a esperança neles depositadas.
Isso se reveste de grande importância, até porque a afirmação, feita pelo diretor financeiro, de que o novo plano é autossustentável, sem a necessidade de novas chamadas de capital dos sócios para a sua consecução, poderia assim afastar um grande fantasma que assombra o mercado.
O maior indicador de valor de uma companhia de petróleo é o volume de suas reservas, e isso a Petrobras tem e vem continuamente demonstrando competência para aumentar. A existência de uma diretoria técnica, motivada e trabalhando em equipe, com foco e com prioridades orientadas para o essencial, é sempre muito boa notícia.
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