terça-feira, julho 31, 2012

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO


FOLHA DE SP - 31/07

Consumo das famílias deve subir apenas 3,5%, diz CNI

As estimativas para o crescimento do consumo das famílias brasileiras, que tem amortecido os efeitos da crise no país, estão em baixa.

O consumo deve subir apenas 3,5% neste ano em relação a 2011, segundo revisão realizada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria).

O percentual será o menor desde 2003, de acordo com dados da entidade.

Cálculos do início do ano sinalizavam crescimento de 4% no consumo para 2012.

No entanto, a interpretação atual é a de que a população já está endividada demais para seguir comprometendo seu orçamento.

Mesmo em 2009, quando a economia sentia fortes reflexos da crise, os gastos das famílias brasileiras não subiram tão pouco, segundo a entidade.

A redução estimada no consumo pode representar cerca de R$ 14,4 bilhões que deixariam de ser injetados na economia, aponta a CNI.

"Como o PIB vai ser menor neste ano, haverá também desaceleração no consumo das famílias. Para a indústria, a dificuldade é o importado", diz Flávio Castelo Branco, economista-chefe da CNI.

A elevação inferior da demanda doméstica deve dificultar a reação da atividade industrial.

"O consumo das famílias está perdendo a capacidade de ser o alavancador do crescimento. Precisamos encontrar outro alavancador. Estamos com dificuldade de competir com os estrangeiros."

Cresce setor de migração em escritórios e consultorias

A entrada de profissionais estrangeiros no mercado brasileiro tem expandido a área de negócios de migração de escritórios de direito e de empresas de consultoria.

O Veirano Advogados realizou 500 processos de internalização de executivos no primeiro semestre deste ano, mesmo volume realizado em todo 2011.

"Vamos fechar 2012 com mais de mil processos" diz Gabriela Lessa, sócia da banca na área de imigração.

O Machado Meyer Advogados dobrou o volume de trabalho com expatriados em 2011. Neste ano, o aumento é de 20%, segundo o sócio Rodrigo Takano. A expectativa é que o crescimento se mantenha até 2016.

O faturamento do setor de acompanhamento de expatriação da Ernst & Young Terco cresceu 30% ao ano nos últimos três anos, afirma a sócia Tatiana da Ponte.

"Trabalhamos desde o momento em que a empresa decide trazer um profissional até a saída dele, fazendo também a gestão do período." Entre os serviços oferecidos estão auxílio para conseguir visto, cálculos de imposto de renda e procura por escola para os filhos do executivo.

Augusto Sales, sócio da KPMG, também observa aumento nesse mercado.

"Auxiliamos na escolha de onde investir, se é melhor fazer uma aquisição, uma aliança ou uma 'green field', que começa do zero, e ainda acompanhamos os executivos que vêm", diz Sales.

Expansão Suspensa

A Quantiq, distribuidora de produtos químicos controlada pela Braskem, decidiu adiar a construção de um centro de distribuição próprio na região Nordeste.

O projeto estava previsto para este ano, mas, devido à crise econômica, só sairá do papel em 2013.

O novo centro deverá ficar na Bahia ou em Pernambuco, Estados onde a companhia já aluga espaços que funcionam como suas bases logísticas na região.

O investimento na obra poderá chegar a R$ 10 milhões, segundo o presidente da companhia, Armando Bighetti.

A partir do próximo ano, a Quantiq também passará a avaliar a possibilidade de entrar no mercado de outros países do Mercosul.

"A estrutura desse bloco facilita a nossa operação fora do Brasil. Por isso, começaremos pelos vizinhos antes de atuarmos em outras regiões do mundo", diz Bighetti.

Essa operação deve começar em 2014, o que também representará o atraso de um ano em relação ao cronograma anterior da companhia.

TI no Sul O grupo Assa, especializado em consultoria com o uso de TI, negocia com a Prefeitura de Curitiba sua entrada no parque tecnológico da cidade. Em setembro, a empresa abrirá centro em São Paulo, com 200 novos técnicos.

NA MÍDIA

O número de menções ao Brasil na imprensa internacional cresceu 16,27% no segundo trimestre do ano, ante os três meses anteriores, segundo monitoramento da Imagem Corporativa feito com 15 jornais e revistas.

A realização da Rio+20 impulsionou a exposição do país no exterior. Nos jornais analisados, 66 reportagens sobre o assunto foram veiculadas. O teor de 74% delas era positivo.

O francês "Le Monde", por exemplo, foi cético em relação ao documento elaborado ao final do evento, mas afirmou que a conferência consagrou a emergência do Brasil.

Notícias sobre empresas e executivos brasileiros foram as que mais ganharam espaço na mídia estrangeira no período -alta de 118%.

O jornal "El Mercurio", do Chile, foi o que publicou mais reportagens sobre o Brasil. Em seguida, aparecem "Financial Times" e "The Wall Street Journal."

DUPLA REFEIÇÃO

O Spoleto e a Domino's Pizza lançam uma unidade que une as duas marcas no mesmo espaço e é a primeira de rua em São Paulo, no bairro Vila Olímpia.

As duas redes pertencem ao grupo Trigo.

A marca Spoleto também abre sua primeira unidade em Boa Vista, em Roraima.

Com a inauguração, a companhia, que tem 310 restaurantes, sendo 28 no exterior, só não estará presente no Brasil no Estado de Sergipe.

Neste ano, a rede pretende inaugurar mais duas unidades na região Norte, que hoje responde por cerca de 10% da rede de alimentação.

A Domino's Pizza tem unidades em São Paulo, Brasília, Curitiba, Fortaleza e outros.

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