O ESTADÃO - 16/06
À frente da fundação que leva seu nome, foi convocada pelo Itamaraty para divulgar a cartilha lançada pelo ministério, semana passada, sobre orientação para trabalho no exterior, destinada a modelos, jogadores de futebol e outros profissionais. Em São Paulo, conversou com a coluna.
Por que decidiu trabalhar por essa causa?
Foi imediato. Logo no primeiro contato com essas informações, fiquei impressionada com o número de trabalhadores escravos que ainda existem hoje em dia. E soube, de cara, que queria trabalhar na prevenção ao tráfico de pessoas.
Como se preparou?
Passei um ano só me informando, visitando países, conversando com ONGs, investigando soluções com parceiros. Até que, no ano passado, resolvi abrir minha fundação e passar essas informações adiante. A cartilha brasileira, por exemplo, é muito importante. O Brasil tem um bom modelo de combate ao trabalho escravo. O resto do mundo tem de olhar para isso.
De que maneira a experiência na Ford te ajudou?
Por ter sido agente muitos anos, sou familiarizada com mulheres jovens vulneráveis. Elas chegam a NY mal sabendo falar inglês. E situações violentas podem acontecer. Existe uma grande ingenuidade. São iludidas pela ideia de que vão ser famosas e ganharão muito dinheiro. Por isso é tão importante conversar e informar as lideranças do mercado de cada país para prevenir esse tipo de situação.
Falta de informação?
Sim. Há uma ilusão. Existem pessoas que se dizem agentes e são sequestradoras. Com a promessa de se tornarem modelos, meninas acabam sequestradas e levadas à prostituição.
Quais são as principais iniciativas preventivas?
Trazer o assunto à tona. Falando sobre isso, a informação chega aos pais e às meninas, que são potenciais vítimas. Outra coisa muito importante é checar. Esses agentes falsos são muito sedutores, dizem o que elas querem ouvir. Se você não está na indústria, é difícil discernir. Por isso, deve-se falar com grandes agências, associações.
E quais são os maiores desafios do combate?
Processos e punições. A informação é importante, mas a elaboração de leis punitivas é que resolve. Enquanto houver impunidade, a escravidão irá continuar./MARILIA NEUSTEIN
Contra o tempo
Se o recurso parado há sete meses no TJ-SP não for remetido a tempo ao STJ, 300 famílias que moram na Estação Ecológica da Jureia-Itatins serão removidas no dia 7 de julho.
Sem que o Tribunal de Brasília ao menos avalie o pedido da Defensoria Pública paulista, que intercede pela manutenção dos caiçaras no local.
À flor da pele
Locatários do Pátio Malzoni – prédio mais valioso da cidade, atualmente – estão tensos.
Temem que o escândalo da Brookfield, envolvendo ex-empregados da incorporadora mais Assef e Aurélio Miguel, atrase o Habite-se do edifício, que já está para lá de pronto.
No ar
A Ethiopian Airlines negocia abrir voo direto para o Brasil.
No ar 2
A Avianca terá concorrência, no Brasil, da conterrânea Aires (pertencente à Lan) – que fará o trecho Bogotá-SP.
Caderninho
Semana passada, a coluna publicou que o QG de Serra vem anotando gafes de Haddad.
Ontem, assessores do petista avisaram: no caderninho deles já tem o tucano chamando o País de Estados Unidos do Brasil. E tratando como “papelzinho” carta na qual se comprometeu a não deixar a Prefeitura de SP, em 2006.
Ainda ele
José Maria Marin ainda sonha com Muricy ou Felipão no comando da seleção. Mas o técnico com melhor aproveitamento de pontos no Brasil é, hoje, Cristóvão Borges, do Vasco, com 63,8%.
Só perde para um tal de… Mano Menezes.
Amiga íntima
Sura Berditchevsky, que estreia hoje, no Teatro Eva Herz, a peça Cartas de Maria Julieta e Carlos Drummond de Andrade, fez muitas visitas à casa de Pedro– neto que mora no apartamento que foi do poeta.
O espetáculo faz parte da programação oficial da Flip.
Ucranossauros
Poucos sabem o por quê da limpeza nas ruas da Ucrânia durante a Eurocopa: o governo comandou massacre de 80 mil cães vira-latas no país.
Manifestantes pelos direitos dos animais estão postando vídeos e fazendo abaixo-assinados na internet.
“Mal-vindo”
Grupos de direitos humanos lideram, amanhã, na Praça dos Arcos, ato contra a presença de Mahmoud Ahmadinejad na Rio+20.
O evento, da Frente pela Liberdade do Irã, será multirracial e reunirá movimentos de negros, homossexuais e professores, além de comunidades judaicas, evangélicas e bahá’í, entre outros.
Me dê motivo
Aldo Rebelo justifica seu pedido ao Itamaraty para interceder porAry Graça na disputa pela Federação Internacional de Vôlei, conforme publicado nesta coluna. “A federação é órgão importante e ter um brasileiro é interessante para o País. Estranho é o vazamento do documento por um servidor do Itamaraty. É inaceitável.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário