CORREIO BRAZILIENSE - 06/05/12
Dia desses, até o deputado Valdemar Costa Neto, que ainda manda no PR, apareceu em São Bernardo para saber da saúde do ex-presidente, falar da campanha municipal em várias cidades de São Paulo e… reclamar de Dilma. Na conversa, segundo se comenta em Brasília, teria ouvido de Lula que estava na hora de o PR voltar ao governo. O partido está na geladeira desde que Alfredo Nascimento deixou o Ministério dos Transportes.
Por falar em reclamar…
Lula evita falar em ser candidato. Só escuta e diz que os estilos dele e de Dilma são diferentes e que quem manda agora é ela. Em suma, trata todo mundo bem, é solidário a todos que o procuram, mas em nenhum momento é desleal com a presidente que ajudou a eleger. O problema é que, nessas conversas, mutos políticos já vislumbam o futuro. Todo mundo sai achando que ele será candidato a presidente. E a agenda dele, nesses últimos dias, de exposição total, alvoroçou mais ainda os bastidores. Em dois dias, Lula teve dois eventos públicos no Rio de Janeiro. Discursou nas duas oportunidades. Aos poucos, vai… aquecendo a voz.
Dilma o acompanha sempre que pode. Como já dissemos aqui, erra — e feio — quem achar que existe uma briga de foice entre eles ou uma vaidade de Dilma de ser candidata à reeleição a qualquer preço. Ela aprendeu muito cedo, desde os tempos da luta contra ditadores brasileiros, que o projeto é maior do que o indivíduo. Se for para o bem do projeto petista, ela volta pra casa numa boa em 2015, desde que seja para passar a faixa presidencial a Lula.
Por falar em voltar…
Para aqueles que torcem pelo retorno de Lula em breve, o problema é justamente esse: Dilma, ao se mostrar desapegada da classe política, conquista cada vez mais o coração dos eleitores. E, pelos cálculos de alguns integrantes do PT, funciona assim: os 57% que hoje desejam o retorno de Lula votarão em Dilma. E quem está satisfeito com o governo dela representa um contingente maior do que esse. Logo, ela, se candidata, não estaria longe de vencer no primeiro turno uma eleição presidencial, coisa que até hoje nenhum petista conquistou.
Por isso, até o presente momento, uma recandidatura de Lula é mais torcida daqueles que sentem saudades dos convescotes palacianos do que projeto real do PT. Mas se está claro que Lula conquistou votos com o Bolsa Família e com o jeito afável de tratar os políticos, é de supor que Dilma se consolida junto ao eleitorado pelo jeito brigão com que trata os políticos, aqueles que não fazem o serviço direito, os bancos… Lula só voltará se essa fórmula falhar daqui pra frente.
Por falar em falhas…
Desde que assumiu o cargo, a presidente Dilma Rousseff não deu o ar da graça na Expo Zebu, em Uberaba (MG), a maior do mundo. Só compareceu como candidata. No ano passado, cancelou sua participação na abertura por conta de uma gripe. Este ano nem se deu ao trabalho de confirmar. No dia da abertura, quinta-feira, Dilma estava ocupada, tratando de explicar as mudanças na remuneração da poupança ao Conselho Político e dizendo aos banqueiros que chegou a hora de baixar taxas de juros ao consumidor. Foi representada na tradicional feijoada na fazenda de Jonas Barcelos pelo ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro. Os políticos mineiros raramente faltam à abertura da exposição. Lula, que nem é mineiro, não perdia essa festa. Mais uma prova da diferença de estilos.
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