FOLHA DE SP - 05/05/12
BRASÍLIA - Três fatores serão determinantes para o sucesso da atual cruzada de Dilma Rousseff contra os bancos privados e a favor de uma queda nas taxas de juros.
Primeiro, a população terá de entender e apoiar a modificação na remuneração da caderneta de poupança. O modelo era simples e ficou menos inteligível para o cidadão médio. Mas, como a alteração foi minimalista, há chance real de o governo ganhar a disputa política. Os partidos anti-Dilma não encontraram um bom discurso até agora. Apenas resmungam que o governo está "tirando dos mais pobres".
O argumento da oposição é precário. A poupança inalterada seria o porto seguro para rentistas ricos num cenário de juros baixos.
A rigor, a oposição só se dará bem se Dilma fracassar na tentativa de forçar uma queda dos juros cobrados aos consumidores. Esse é o segundo fator relevante para a atual estratégia presidencial.
Mas já está claro que alguma queda de juros haverá -embora ninguém se arrisque a cravar qual será o patamar final. Se o efeito for sentido pelos brasileiros que pagam faturas atrasadas de cartão de crédito, estará neutralizado o discurso dos partidos anti-Dilma.
Nessa hipótese plausível de juros em queda, a presidente dirá que a poupança teve uma perda de rendimentos compensada pelos juros mais baixos cobrados pelo comércio e pelos bancos.
Chega-se então ao terceiro componente dessa equação imaginada no Palácio do Planalto: a economia terá de apresentar até dezembro um desempenho melhor na comparação com 2011. Essa é uma previsão sempre arriscada. Já há sinais de um Natal com vendas mais aquecidas, porém é notório como esses vaticínios são frágeis no Brasil.
Feitas as ressalvas de praxe, é visível a existência de uma conjuntura mais pró-Dilma do que contra ela. A presidente surfa uma boa fase
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