quinta-feira, março 01, 2012

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

FOLHA DE SP - 01/03/12



Indústria pode virar maquiladora, afirma Abimaq

A indústria brasileira de bens de capital está se convertendo em "maquiladoras", nome atribuído a empresas que importam partes e peças e montam equipamentos para o mercado local.

Segundo Mario Bernardini, assessor econômico da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), o processo de desindustrialização do setor avança rápido.

"O que vemos é que a importação está destruindo a cadeia de componentes, itens intermediários que fazem parte de uma máquina pronta. Uma vez destruída essa cadeia, o país não a recupera mais", afirma.

O setor fechou o balanço do ano passado e registrou um deficit de cerca de

US$ 17,9 bilhões. Em 2004, o deficit estava no patamar de US$ 600 milhões.

O crescimento das exportações foi muito mais modesto do que a expansão das importações.

Desde 2004, enquanto as exportações cresceram 60%, as importações ampliaram-se em 290%.

Para a Abimaq, o Programa Brasil Maior, uma tentativa do governo Dilma de organizar uma proposta de política industrial, é um "quebra galho".

"O programa é pequeno, não tem visão estratégica. Ataca questões de varejo, não funciona", diz Bernardini. O Ministério do Desenvolvimento não comenta.

TECNOLOGIA LOCAL

A Investe São Paulo, agência do governo paulista responsável pela atração de novas empresas para o Estado, vai enviar representantes à Alemanha, no dia 5, em busca de recursos estrangeiros para o setor de tecnologia da informação.

O objetivo é atrair ao país, principalmente, provedores de TI, de acordo com Sérgio Costa, diretor de relações institucionais e internacionais da entidade.

"Há muitas empresas no Brasil, de outros segmentos, que ainda contratam provedores de tecnologia situados no exterior", afirma.

O Estado tem, segundo Costa, disponibilidade de energia elétrica, infraestrutura e universidade com centros tecnológicos capazes de prover mão de obra.

VELOCIDADE EM COMPRAS

Apesar da ausência de pilotos brasileiros na disputa pelo título da Fórmula 1 nos últimos dois anos, o mercado ainda demanda produtos ligados ao automobilismo.

A Uracer, que vende acessórios para fãs e praticantes do esporte, começa neste semestre o seu processo de expansão nacional, por meio de franquias.

Até o fim deste ano, a companhia, que acaba de abrir sua terceira loja própria em São Paulo, terá dez unidades fora da capital paulista.

As primeiras inaugurações serão em Vitória, Curitiba, Brasília, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.

"O brasileiro nasce com a bola em uma mão e o carrinho na outra", afirma Ely Behar, sócio da rede.

Outro caso de expansão no setor é o da Corsa, voltada exclusivamente para os praticantes de automobilismo, que, em 2012, terá novos pontos de venda no Rio Grande do Sul e no Paraná.

Estrangeiros... O Insper e a espanhola IE Bussiness School fecharam parceria para o desenvolvimento de um novo curso, voltado para executivos que desejam investir no Brasil.

...no Brasil O conteúdo do curso envolverá a discussão das principais oportunidades de negócios no país em áreas como energia, infraestrutura e construção, além das perspectivas legais.

Sala... O grupo Multi, detentor da Wizard, espera comercializar 240 franquias da rede Smartz, especializada em complemento escolar de português e matemática, até o final deste ano. Na sexta-feira, serão abertas 11 unidades.

...de aula A UNS Idiomas, por sua vez, abrirá 40 escolas em 2012. Entre os Estados que receberão novas unidades estão São Paulo, Goiás, Minas Gerais e Pernambuco.

CRISE ANTIDEMOCRÁTICA

A democracia em sete países da Europa Ocidental declinou no ano passado, segundo índice da EIU (Economist Intelligence Unit) que avalia os regimes.

Grécia, Itália, Portugal, Espanha, Irlanda, Alemanha e Finlândia tiveram suas notas rebaixadas.

Entre os principais motivos para o declínio dos índices estão as respostas adotadas para contornar a crise.

Em alguns países, segundo o estudo, as políticas deixaram de ser tomadas pelos governos eleitos e passaram a ser definidas pelos credores, pelos órgãos da União Europeia e pelo FMI.

No Brasil, o índice não apresentou mudanças no último ano. Mesmo assim, o país subiu no ranking.

A violência, associada ao tráfico, e a corrupção são apontados como os fatores que prejudicam a democracia do país.

Seguro... Metade das empresas de seguros já desenvolve produtos com quesitos socioambientais, segundo a Confederação Nacional das Seguradoras.

...ambiental As práticas são implementadas por 75% das pesquisadas. Um quarto das seguradoras aplica critérios sociais e ambientais ao contratar fornecedores.

Nome próprio A Yoguland abrirá a primeira loja fora do Brasil. A marca entra com outro nome em Bogotá devido à empresa de nome parecido.

Sem máquina Mesmo após abrir fábrica em Jundiaí, a Wafios espera queda do custo Brasil para produzir máquinas. Hoje ela faz ferramentas para transformação de arames.

TREINAMENTO EM SÃO PAULO

Executivos estrangeiros do Google estão no Brasil para participar do programa de treinamento da companhia.

Na próxima segunda-feira, dez profissionais da área de marketing visitarão uma escola técnica estadual, na Mooca (zona leste de São Paulo), que é considerada modelo em empreendedorismo.

Os alunos apresentarão miniempresas que foram montadas no ano passado, como parte de um projeto com a ONG Junior Achievement.

As atividades envolveram desde a constituição jurídica das companhias até a comercialização de produtos.

Pagamento... A Nonus, de equipamentos de leitura de códigos de barra, dobrará neste ano a produção de uma ferramenta que permite pagar contas e boletos pela internet.

...doméstico Em 2011, foram vendidas 50 mil unidades desse leitor, sendo 60% das aquisições feitas pela internet, segundo a empresa.

Franquias... A região Sudeste permanece com o maior número de franqueadoras (51%) e unidades em operação no Brasil (15%), segundo estudo da ABF (Associação Brasileira de Franchising).

...mapeadas Dentre as 20 empresas que mais faturam no setor, 11 estão na cidade de São Paulo.

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