O GLOBO - 08/02/12
Espanhola investe R$ 1 bi em setor metalomecânico do CE
Uma laminadora que demandará investimentos na ordem de US$ 600 milhões (cerca de R$ 1 bilhão) será instalada próxima à Companhia Siderúrgica do Pecém, no Ceará.
O aporte virá do grupo espanhol Añon. O Estado, que tem intenção de montar um polo metalomecânico na região, será sócio do empreendimento com 10%.
A expectativa da empresa é começar as obras em junho e, no futuro, adquirir matéria-prima da própria Companhia Siderúrgica do Pecém, formada pela Vale e pelas sul-coreanas Posco e Dongkuk Steel.
"Ainda não temos nada fechado, mas há essa intenção. E também há possibilidade de comprar de outras empresas", diz o conselheiro do grupo, José Manuel Fernández.
O grupo Añon já teve duas laminadoras, uma na Espanha e outra na França. Elas foram vendidas em 2007 por € 425 milhões (cerca de R$ 972 milhões).
À época, o grupo planejava instalar uma planta em Pernambuco. O projeto de expansão foi vendido com as outras duas fábricas. Também ficou determinado que a empresa não voltaria ao setor nos três anos seguintes.
As lâminas produzidas no Brasil devem ser vendidas no mercado interno, principalmente, para às indústrias eólicas e navais, de acordo com o conselheiro do grupo.
"Também estamos analisando um sócio no Brasil para montarmos uma fábrica de cimento. Estamos na fase de estudos técnicos e de terrenos", afirma Fernández.
NÚMEROS DA EMPRESA
€ 220 milhões foi o faturamento da empresa no ano passado, aproximadamente R$ 503,3 milhões
€ 240 milhões é o faturamento esperado pelo grupo espanhol para este ano, cerca de R$ 550 milhões
148 hectares tem o terreno onde a fábrica brasileira será instalada, na cidade de Caucaia (CE)
8 é o número de plantas industriais que o grupo tem na Espanha, todas do setor de ferro e aço
ACORDO MEXICANO
O governo começou ontem as negociações com técnicos do México para alterar o acordo automotivo com o país.
A primeira reunião, no Itamaraty, foi preparatória para encontros de hoje e amanhã.
Todo o processo de revisão do tratado automotivo deve durar até dois meses, segundo pessoas que acompanham as conversas.
O acordo será alterado por causa do elevado déficit comercial brasileiro com o país em veículos, que ultrapassou US$ 1,5 bilhão em 2011.
Preocupado com a possibilidade de o governo brasileiro "denunciar" o acordo, linguagem técnica para rompimentos, o presidente mexicano, Felipe Calderón, ofereceu à presidente Dilma Rousseff contrapartidas no acordo.
Entre elas, o atendimento a uma demanda antiga do Brasil, de incluir no acordo utilitários, ônibus e caminhões, produtos que ajudariam a equilibrar a balança comercial do setor.
Diversos modelos vendidos no Brasil são fabricados pelas montadoras no México, como o Fusion e New Fiesta (Ford), Fiat 500 e Freemont (Fiat), Jetta (Volkswagen), Captiva (GM) e March, Sentra, Tiida e Versa (Nissan).
Cultura... A Embaixada da Itália em Brasília, obra do arquiteto Píer Luigi Nervi, de 1975, abrirá suas portas. A partir de amanhã, será possível fazer visitas guiadas no local.
...italiana A iniciativa é parte do Momento Itália-Brasil, série de eventos programados até junho. As visitas poderão ser feitas na primeira e na terceira quinta-feira de cada mês.
Contingência deve aumentar por superavit de 3,1%, diz banco
O orçamento de 2012 adota um superavit primário de 2,5% do PIB, 0,6% do PIB inferior à meta. Ela é considerada cumprida graças à dedução de gastos do PAC.
Desde a aprovação do orçamento, as previsões para crescimento e inflação em 2012 caíram. Por isso, o contingenciamento de despesas poderá considerar projeção de receita menor.
"Um contingenciamento de R$ 47,1 bilhões seria o suficiente para assegurar o cumprimento da meta fiscal em 2012 (3,1%), diz Nilson Teixeira, economista-chefe do banco Credit Suisse.
Dadas as incertezas sobre a arrecadação, porém, seria recomendável que o governo anunciasse um corte de despesas mais expressivo, de cerca de R$ 60 bilhões, o que elevaria a probabilidade de cumprimento da meta integral de superavit, avalia.
"A decisão sobre o tamanho do contingenciamento de despesas passará também pela avaliação da presidente sobre o custo de contingenciar uma parcela importante de emendas parlamentares em ano de eleições municipais, em face aos benefícios de sinalizar, fortemente, uma política fiscal rígida."
TI EM XEQUE
A maioria das empresas (84%) não está "plenamente satisfeita" com a avaliação dos investimentos na área de TI, de acordo com estudo da Amcham (Câmara Americana de Comércio).
Entre as principais dificuldades encontradas pelas companhias estão a demonstração dos benefícios das ações implementadas (41%), o estabelecimento de indicadores confiáveis (30%) e a obtenção de informações internas para avaliação (18%).
A pesquisa foi realizada em janeiro passado.
Produção de plástico Um terço dos acidentes entre os trabalhadores da indústria de plástico ocorre devido ao manuseio inadequado do material de produção. O dado será divulgado amanhã em estudo do Sesi sobre o setor, que tem 11 mil indústrias e emprega atualmente 350 mil pessoas no Brasil.
TRABALHO LONGE DE CASA
Os brasileiros estão atrás apenas dos mexicanos entre os que mais gostariam de trabalhar fora do país por um período de dois a três anos, segundo levantamento da Ipsos feito em 24 países com 19,3 mil pessoas.
Entre os brasileiros, 32% se mostraram favoráveis à mudança. No México, esse número é de 34%. A média global, de acordo com a pesquisa, é de 19%.
O estudo também mostra que, no mundo todo, os funcionários com renda mais baixa (32%) são os mais propensos a temporadas de trabalho no exterior. Em seguida, aparecem os que têm pouca escolaridade (31%), os menores de 35 anos (30%) e os executivos seniores (29%).
A margem de erro da pesquisa é de 4,5 pontos percentuais para mais ou para menos.
COM JOANA CUNHA, VITOR SION, LUCIANA DYNIEWICZ E MAELI PRADO
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