BRASÍLIA - Dilma não suporta mais o ministro Mário Negromonte, mas ele está encastelado nas Cidades e dali não sai nem arrastado. Prefere empurrar os assessores pela janela. Ontem caiu o seu chefe de gabinete, Cássio Peixoto, baiano como Negromonte e indicado pelo PP como ele.
Vão-se os assessores, fica a cadeira, mas o vexame de Negromonte e o constrangimento do Planalto aumentam a cada dia, com lances de ridículo. O mais novo foi a explicação do ministério para a demissão de Peixoto: ele estava "desmotivado". Quanto às reuniões esquisitas para discutir licitações previamente com uma (pelo menos) empresa? Nenhuma palavra.
Enquanto parte do PP tenta livrar-se de Negromonte e fatiar novamente o Ministério das Cidades, o PMDB luta bravamente para tentar salvar o "insalvável" diretor-geral do Dnocs (Departamento Nacional de Obras contra as Secas), Elias Fernandes Neto. O que menos importa aí é que a seca está castigando boa parte do país, especialmente no Sul e no Nordeste, e cobrando mais eficiência. O que conta é que o motivado Neto é amigo do peito do líder pemedebista na Câmara, Henrique Eduardo Alves, chefão do PMDB.
É curioso como esse confronto do Planalto com o PMDB lembra o da Europa com o Irã. Dilma aperta o cerco ao Dnocs (para dar uma satisfação à opinião pública), e a Europa impõe novo embargo ao petróleo iraniano (para evitar a bomba atômica).
Como reage o PMDB? Ameaça romper e retirar toda a sua gente do governo, inclusive da Petrobras. E o Irã? Desdenha das pressões e diz que quem perde com o embargo é a própria Europa, que fica sem petróleo.
Ninguém, porém, acredita que os pemedebistas vão mesmo sair da Petrobras, nem que quem perde mais com o isolamento do Irã é a Europa. O PMDB, como o Irã, está blefando.
A comparação para aí, porque tanto a história das Cidades quanto a do Dnocs são brasileiríssimas.
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