sexta-feira, novembro 18, 2011

Sobreviveu? - ILIMAR FRANCO



O GLOBO - 18/11/11

O ministro Carlos Lupi (Trabalho) vai continuar sangrando, mas o depoimento no Senado garantiu sua sobrevivência temporária. No Planalto avaliava-se ontem: "Não falou besteira"; "Foi mais do mesmo"; e "Ele conseguiu escapar do crime de responsabilidade". A situação continua não sendo confortável para a presidente Dilma. O noticiário negativo a incomoda. Mas ela está contida porque não gostaria da demissão de mais um ministro

Autoflagelo, caras e bocas no Senado
Ao defender que o ministro Carlos Lupi deixe o cargo, em depoimento ontem, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) disse que sua preocupação era que ele saísse menor do que entrou. "Pode ser um trauma de quem saiu demitido por telefone, o que talvez seja a forma mais grave de sair menor, salvo sair por corrupção", disse ele, citando sua própria demissão do MEC, no governo Lula. Mais adiante, enquanto a senadora Kátia Abreu (PSD-TO) desancava Lupi por causa da briga que culminou com a saída das entidades patronais do Codefat, o ministro ria e fazia cara de deboche. Já quando, na resposta, ele elogiava a história de vida da senadora, Kátia torcia a boca e revirava os olhos.

"Eu ajudei a vender jornal. Agora continuo ajudando, né?” — Carlos Lupi, ministro do Trabalho, provocando risos, sobre seu passado de jornaleiro e as atuais manchetes da imprensa com denúncias contra ele

NA EUROLÂNDIA. A disputa política entre o PSD e o DEM atravessou o Atlântico. Nos últimos 30 dias, o presidente do DEM, senador José Agripino (RN), e o presidente da Fundação Liberdade e Cidadania, José Carlos Aleluia, viajaram à Alemanha, à Espanha e à Inglaterra para assegurar a interlocução do DEM com a Internacional Democrata de Centro. Ocorre que o prefeito Gilberto Kassab, fundador do PSD, está fazendo gestões para que seu partido ingresse na organização.

Se colar, colou
A ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) reuniu-se ontem com o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL). Falaram da DRU. A ideia é apensar o aprovado na Câmara ao já em tramitação no Senado para ganhar tempo.

Pé na estrada
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) está tratando de consolidar seu lugar na dianteira da fila de candidatos do PSDB à Presidência da República. Nesta semana esteve em Porto Alegre e, em dezembro, irá a Recife (8) e Salvador (9).

Barraco trabalhista
O deputado Brizola Neto (PDT-RJ) não quer nem ouvir falar na possibilidade de o deputado Vieira da Cunha (PDT-RS) assumir o Ministério do Trabalho, no caso da queda de Carlos Lupi. O ressentimento vem de longe. A família Brizola não perdoa Vieira, que em 2004 era presidente da Assembleia do Rio Grande do Sul, por ter sido colocada de lado no velório do ex-governador do Rio. Brizola Neto também é cotado para assumir a pasta.

De volta ao passado
Contestando informação publicada aqui, o ex-presidente do BC Gustavo Franco escreve: "Portugal, Itália e Espanha compraram dívida brasileira em 1998. Contribuições pequenas, mas importantes como gestos de simpatia com o Brasil."

Uma Dilma tucana
No encontro nacional de mulheres do PSDB, que ocorre em Brasília, o presidente do partido, deputado Sérgio Guerra (PE), fez um desafio aos militantes: eleger mil mulheres tucanas vereadoras ou prefeitas nas eleições do ano que vem.

NENHUM senador do PT defendeu o ministro Carlos Lupi (Trabalho). Apenas os líderes do PDT, Acyr Gurgacz (RO), e do PCdoB, Inácio Arruda (CE), ressentido com a demissão de Orlando Silva.

ESCORREGADA. Mesmo dizendo que estava tentando segurar seu "sangue italiano", o ministro Carlos Lupi, ao ser interpelado pelo senador Demóstenes Torres (DEM-GO), chamou-o de "meu irmão".

O PPS também pode abandonar o PSDB em 2014. Cresce no partido os que defendem o lançamento de uma candidatura própria à Presidência.

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