BRASÍLIA - Apesar do esforço hercúleo de PMDB, PR, PSB, PC do B e PDT para se agarrar aos "seus" ministérios, o Brasil está dividido, de fato, é entre PT e PSDB.
Em Brasília, porém, o PSDB praticamente evaporou, o DEM explodiu junto com o ex-governador José Roberto Arruda e as demais siglas são meros satélites. A política gira em torno do grupo de Joaquim Roriz e do PT do atual governador, Agnelo Queiroz. Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come.
A pilha de acusações contra Roriz não deve nada à do recordista Paulo Maluf. Arruda foi filmado recebendo uma bolada de dinheiro vivo, encerrou a carreira preso e humilhado. Agnelo está enrolado com contratos estranhos de suas passagens pela Anvisa e pelo Ministério do Esporte.
São pessoas, graus e circunstâncias diferentes, mas a percepção da população é a mesma: não se salva um, meu irmão. Ou seja, há cansaço, desânimo. E não há perspectiva.
Com Agnelo no alvo, tendo de dar explicações que possivelmente não tenha, Brasília parece estar sendo governada por piloto automático, com o vácuo de poder se multiplicando pelas várias instâncias. O chefe ausente, o primeiro escalão constrangido, funcionários dando de ombros. E tome greve!
Entre categorias que fizeram, fazem e ameaçam fazer greve, de certa forma surfando na crise, estão eletricitários, enfermeiros, policiais civis, a CEB (companhia de energia) e o Caje (centro de jovens infratores).
Há um contexto de greves em todo o país, mas há uma especificidade no DF: com o governador petista enfraquecido, as hordas "rorizistas" enraizadas em todo o setor público estão se rearticulando.
Ainda faltam três anos de mandato para Agnelo e não há perspectivas, novas lideranças expressivas e rearticulação partidária real para a eleição de 2014. Parece inacreditável, mas o que está ruim sempre pode piorar. O "rorizismo" arma o bote.
Nenhum comentário:
Postar um comentário