Mais dois na rede
ELIANE CANTANHÊDE
FOLHA DE SP - 08/11/11
Há, porém, importantes diferenças entre os dois novos casos e os anteriores, e elas tendem a favorecer Lupi e Agnelo. Apesar de meio estropiados, eles devem sobreviver nos seus cargos -pelo menos por ora. Além de seu nome andar na boca do povo e nas páginas dos jornais faz um tempinho, Lupi já tinha sido alertado pelo próprio Planalto de que algo não andava bem no Trabalho. Mas ele tem dois fatores a seu favor.
Um é o tempo, já que faltam menos de dois meses para o fim do ano e uns três para a reforma ministerial desenhada por Dilma. Outro é a exaustão, pois ninguém aguenta mais escândalos depois da queda de seis ministros, cinco por suspeitas de desvios. O Planalto avalia que a cota de demissões está esgotada.
Melhor deixar como está até a reforma.
E, além de ser bem mais complicado derrubar um governador eleito do que um ministro nomeado, Agnelo se beneficia de outro tipo de exaustão: depois de Joaquim Roriz ser soterrado por escândalos e de José Roberto Arruda parar na cadeia, o DF está tão sem alternativa e tão ferido na sua autoestima que políticos e cidadãos nem sequer conseguem discutir o pós-Agnelo, ou o pós-PT.
Para além dos fatos, e permeando tudo isso, há a questão da sucessão tanto de Lupi quanto de Agnelo.
Quem o PDT tem para assumir o Trabalho, com greves pipocando por todo o canto? E o que você acha de Tadeu Filippelli no governo do DF?
Quem é? É o vice-governador, um dos mais legítimos e genuínos produtos de Roriz na política local.
Trocar o petista Agnelo pelo peemedebista Filippelli é trocar um escândalo por outro ainda maior.
Ninguém merece...
Um comentário:
No Brasil são dois pesos e duas medidas. Com o Arruda prisão, e com o Agnelo, omissão. Se o arruda fosse do PT estaria no governo até hoje, igual ao Agnelo está agora, confortável.
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