Quase 180 operadoras de saúde sofrem intervenção por dificuldade econômica
MARIA CRISTINA FRIAS
FOLHA DE SP - 02/09/11
No mercado de saúde suplementar brasileiro existem hoje 176 operadoras em regime de direção fiscal, em que a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) entra com acompanhamento para ajudar a sanar as dificuldades econômicas.
Neste ano, 72 estão em liquidação, segundo números da ANS. O grande volume ocorre principalmente entre as de menor porte, segundo Luiz Augusto Carneiro, superintendente do instituto de estudos Iess.
Além da regulamentação, que afeta mais as pequenas, este é um setor que atinge melhores resultados quando trabalha com grandes escalas, segundo Carneiro.
"Algumas precisam mais de reajuste, outras menos. Mas o percentual é o mesmo para todas. É um mercado que depende de escala. Além da competição, não há resseguro para operadoras pequenas no Brasil", diz.
Cerca de 23% das empresas que entram em direção fiscal acabam sendo liquidadas. "A chance de recuperação é alta", afirma.
A orientação ao consumidor é buscar informações sobre empresas no site da ANS.
"Mas em cidades pequenas há poucas opções", diz.
Em caso de liquidação e extinção da operadora, a carteira é geralmente absorvida por outra operadora, segundo José Cechin, da FenaSaúde (federação nacional).
"Quando não há uma interessada em comprar a carteira, o beneficiário tem o direito de migrar sem carência."
RESISTÊNCIA
A empresa austríaca RHI AG, de produtos refratários (usados na indústria de aço por serem resistentes ao calor), construirá sua primeira fábrica no Brasil, em Queimados (RJ). O investimento será de € 110 milhões (cerca de R$ 255 milhões).
A previsão é que a fábrica comece a operar em 2013, com capacidade de produção de 120 mil toneladas por ano.
A RHI AG tem hoje 33 fábricas no mundo. Com a construção da unidade brasileira, a chilena deve ser fechada.
Em 15 de setembro, o CEO, Henning Jensen estará no RJ para anunciar a fábrica.
INGLESES EM CAMPO
A companhia britânica Chime Communications investirá US$ 30 milhões (cerca de R$ 48 milhões) para entrar no mercado brasileiro.
O objetivo das operações, que serão realizadas por meio da Golden Goal, empresa de gestão esportiva comprada pela britânica no primeiro semestre deste ano, é aproveitar as oportunidades decorrentes da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016.
A aquisição de outras companhias e a montagem de novos negócios e escritórios no país estão entre as principais prioridades do investimento, de acordo com Carlos Eduardo Caruso Ferreira, sócio e diretor-executivo da Golden Goal.
"A Copa do Mundo vai gerar uma série de oportunidades em mercados que ninguém esperava e onde não há estrutura adequada, como nas cidades-sedes de Cuiabá (MT) e Manaus (AM)", afirma Ferreira.
NUNCA ANTES TÃO NAVEGADOS
O número de visitas que altos executivos de bancos portugueses têm feito a seus pares no Brasil "não tem precedentes".
Bem antes de o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, usar essa expressão para anunciar ontem o que considerou o maior ajuste nas contas públicas na história recente de Portugal, banqueiros e diretores de instituições financeiras brasileiras já vinham se surpreendendo com uma verdadeira romaria portuguesa.
Na pauta das reuniões está a venda de 20% de companhias estatais, anunciadas recentemente pelo governo daquele país.
Monitor... A consultoria LCA lança hoje uma nova linha de produtos para monitorar atividades de setores econômicos como varejo, indústria de alimentos e petróleo.
...econômico A linha, chamada LCA Setorial, reunirá também informações dos mercados de commodities. Será possível contratar estudos de setores específicos.
Vagas... A Globex, que abriga as marcas Casas Bahia e Ponto Frio, deve gerar 600 postos de trabalho até o fim do ano em São Paulo, Rio, Mato Grosso do Sul e Bahia.
...abertas Os trabalhadores serão absorvidos na CB Contact Center, empresa de relacionamento com clientes da companhia, além das novas lojas da bandeira Casas Bahia.
Em obras A construtora Hoga lançará cinco empreendimentos em dois anos, com mais de mil unidades para classes emergentes. O investimento será de R$ 20 milhões.
BDR Com o cancelamento dos BDRs da Telefonica, acionistas poderão vender ações ligadas a BDRs ou ficar acionistas na Espanha. A assessoria foi do Machado Meyer.
DÓLARES NO BRASIL
Os turistas estrangeiros gastaram US$ 2,1 bilhões no Brasil em 2010 com cartões Visa -aumento de 12% em relação ao ano anterior, segundo estudo da empresa que será divulgado hoje.
Visitantes da Coreia do Sul, de Angola e da China foram os que mais aumentaram seus gastos no país.
Os americanos, porém, continuam na liderança no ranking dos que mais deixam recursos no Brasil (US$ 480 milhões), seguidos dos franceses (US$ 165 milhões) e dos britânicos (US$ 152 milhões).
Na direção contrária, os brasileiros ficaram em quarto lugar na lista dos que mais gastaram nos EUA, atrás dos canadenses, britânicos e mexicanos. Cerca de US$ 1,9 bilhão foram deixados no país pelos brasileiros, incremento de 63% ante 2009.
com JOANA CUNHA, VITOR SION e LUCIANA DYNIEWICZ
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