Tempo de tela
RENATA LO PRETE
FOLHA DE SÃO PAULO - 09/05/11
Fadado a medir forças com o PSD possivelmente em 2012 e com certeza em 2014, Geraldo Alckmin se movimenta para atrair partidos com representação modesta em São Paulo, mas tempo de TV significativo. O tucano quer explorar a principal fragilidade da nova sigla do prefeito, que, sem bancada empossada, participará do rateio de apenas um terço dos programas eleitorais -os outros dois são distribuídos conforme o número de deputados federais das legendas.
Enquanto Kassab corteja PC do B, PDT e PSB, o governador deve ceder espaço a PP, PSC e PRB, recém-vitaminados. Assim, faz frente à iminente defecção do PMDB, aliado em 2010 que agora prepara voo solo.
Malufou?
Na tentativa de consolidar o novo arco de alianças, Alckmin estuda dar ao PP de Paulo Maluf o comando da CDHU, estatal responsável pela construção de casas populares.
Novo rolo 1
Além do impasse na definição do futuro secretário-geral, o PSDB paulista terá de desatar outro nó até a próxima quinta-feira, quando pretende definir os cargos da Executiva estadual. Insatisfeitos com o espaço que lhes foi reservado no novo comando, membros da atual direção ameaçaram anteontem lançar uma chapa alternativa.
Novo rolo 2
Como esses descontentes detêm influência sobre os diretórios das cidades menores, muitos reformulados recentemente, o movimento preocupa o grupo de Alckmin.
Estreia
José Serra coloca hoje no ar seu site (www.joseserra.com.br), dotado de ferramenta de interação direta e abastecido com fórum de debates sobre políticas públicas, além de artigos do ex-governador e candidato derrotado à Presidência.
Opções
O novo número um do PT, Rui Falcão, conversou com Lula na quinta-feira passada. A pauta incluiu a sucessão de Gilberto Kassab. O ex-presidente ainda enxerga com muito carinho a ideia do "nome novo".
Em resumo
De um integrante do primeiro escalão do governo federal, sobre o nome ideal para a eleição paulistana: "O Lula e a Dilma gostariam que Fernando Haddad fosse o candidato do PT. O Lula porque gosta dele. A Dilma porque não gosta".
Precedente
Até o final da semana passada, o núcleo do governo tinha a esperança de que a ministra Ana de Hollanda (Cultura) vivesse processo semelhante ao do colega Orlando Silva (Esporte), que passou por período de desestabilização, com intenso "fogo amigo", e depois se consolidou no cargo.
02
No Planalto, porém, há quem reconheça que faltam a Ana tanto a experiência política quanto o "drive" de Orlando. Se ela tiver de sair, o governo gostaria que fosse a pedido.
Eureka!
A empolgação com que Aloizio Mercadante fala sobre feixe de elétrons, luz sincroton e semicondutores desde que assumiu o Ministério de Ciência e Tecnologia é tamanha que colegas e jornalistas passaram a chamá-lo de "Professor Pardal".
Litígio 1
Às turras com o governo pelos "restos a pagar", prefeitos que baixam em Brasília amanhã para a marcha comprarão nova briga ao pressionar o Congresso a derrubar o veto de Lula sobre royalties do petróleo. Vão fazer concentração na Casa.
Litígio 2
Em campanha para obrigar uma distribuição igual dos royalties a todas as cidades do país, os prefeitos vão criar um impostômetro às avessas, medindo quanto cada município do país deixa de ganhar.
com FABIO ZAMBELI e ANA FLOR
tiroteio
"O fortalecimento dos partidos é cláusula pétrea da reforma política. Ao colocar este caviloso artigo que permite a infidelidade, o PSD consegue quebrar esta pedra."
DO SENADOR JOSÉ AGRIPINO (DEM-RN) sobre a inclusão, no estatuto do PSD, da garantia de que a nova sigla não pedirá o mandato de quem a deixar.
contraponto
27 e contando
No dia em que a Câmara aprovou a realização de plebiscito para dividir o Pará, deputados passaram a discutir as mais diversas propostas de criação de novos Estados, como São Paulo do Leste, Triângulo e Amazonas Oriental. Ao ponderar que aquele "festival pseudofederativo" era uma irresponsabilidade, Chico Alencar (PSOL-RJ) foi repreendido por um colega:
-Você é historiador. Sabe que a pujança dos EUA está em seus 50 estados. Temos que chegar lá!
-Mas nem sempre o que é bom para os EUA é bom para o Brasil...- retrucou Alencar, rindo solto.
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