Em Marte
ILIMAR FRANCO
O GLOBO - 28/05/11
O fato de a presidente Dilma ter ficado surpresa, no almoço com senadores do PT, com a informação de que há uma proposta em tramitação no Congresso para restringir as medidas provisórias mostra o caos da articulação política do governo. A matéria já foi até aprovada na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, com o apoio do líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR).
Ninguém se entende
A presidente Dilma cobrou imediatamente explicações do ministro Antonio Palocci (Casa Civil), que também estava no almoço. “Eu só trato de coisas plurais. Isso eu desconheço”, respondeu ele. O ministro Luiz Sérgio (Articulação Política), que participava do encontro, também não sabia de nada. O líder do governo, senador Romero Jucá (PMDBRR), defende-se: “Eu pedi posição do governo o tempo todo
sobre isso e não recebi. Procurei a Secretaria de Relações Institucionais e a Casa Civil”, disse ele, que conseguiu fazer um acordo no Senado para atenuar a proposta original do senador Aécio Neves (PSDB-MG).
"Ninguém deseja crucificar o ministro Palocci” — José Agripino, senador (RN) e presidente do DEM, defendendo que ele dê explicações ao Congresso
EM CRISE. A bancada do PDT na Câmara está em crise com seu líder, o deputado Giovanni Queiroz (PA). Ele orientou o PDT a votar a favor da anistia para desmatadores, mas a maioria da bancada votou contra. O mesmo aconteceu na votação do salário mínimo. No Código Florestal, Queiroz desafiou o ministro Carlos Lupi (Trabalho), na foto, que tentou enquadrar a bancada. "Ele fez um apelo e telefonou para tantos deputados. Tenho certeza de que vamos perdoá-lo. Ele não conhece (a matéria) e não sabe o que está pedindo", afirmou o líder, na tribuna.
Só pensam naquilo
Na disputa por espaço na Executiva do PSDB, tanto o grupo do senador Aécio Neves (MG) quanto o do ex-governador José Serra (SP)
usavam o mesmo argumento, mas com sinais contrários: que não dá para resolver 2014 em 2011.
Anticlímax
A esta altura do campeonato, com a oposição esfacelada, um tucano comentou o impasse entre Aécio Neves e José Serra, que durava
até a véspera da convenção nacional do PSDB, hoje: “Seria cômico se não fosse trágico.”
Pimentel x Palocci
O senador Clésio Andrade (PR-MG), que chegou a assinar o requerimento de criação de uma CPI para investigar o ministro Antonio Palocci (Casa Civil), é aliado do ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento). Anteontem o senador retirou a assinatura. Os dois
ministros disputam ascendência sobre a presidente Dilma Rousseff e poder dentro do PT.
Mantido
Apesar das turbulências com o PMDB, a presidente Dilma mantém a intenção de nomear o deputad o Mendes Ribeiro (PMDB-RS) para a liderança do governo no Congresso. Os dois são amigos. O PT do Senado queria esse cargo.
Gafe
Em um voo para Brasília, nesta semana, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) entregou ao ministro Gilmar Mendes, do STF, um parecer
do jurista Dalmo Dallari a favor de Cesare Battisti. Dallari é um dos maiores desafetos de Gilmar.
TELEBRÁS. O ministro Paulo Bernardo (Comunicações) convidou o secretário-executivo da pasta, Cezar Alvarez, para assumir a presidência da Telebrás no lugar de Rogério Santanna.
O RETORNO. O ex-ministro Ciro Gomes voltou à vida partidária. Participou anteontem da reunião da Executiva do PSB.
● O EX-DEPUTADO Julião Amin (PDT-MA), que não conseguiu se reeleger, foi nomeado assessor especial do ministro Carlos Lupi (Trabalho).
Nenhum comentário:
Postar um comentário