domingo, fevereiro 20, 2011

ILIMAR FRANCO

Polêmica à vista 

ILIMAR FRANCO
O GLOBO - 20/02/11

A revisão do fator previdenciário, implantado no governo Fernando Henrique, é uma das metas da gestão do ministro Garibaldi Alves (Previdência). Apesar disso, não há consenso no governo Dilma sobre o tema. No governo Lula, o senador Paulo Paim (PT-RS) aprovou projeto extinguindo o fator, que adia as aposentadorias e amplia o período de contribuição dos segurados, mas os petistas seguram até hoje a sua votação na Câmara. 

O objetivo é tirar Dilma do castelo


Os ministros que integram o núcleo duro da presidente Dilma Rousseff estão impressionados com sua obstinação pela gestão. Ela passa o dia inteiroacionando ministros e funcionários graduados, das mais diversas áreas, à medida que recebe demandas, nas audiências e reuniões. Os governadores que já estiveram com ela confirmam seu método. Todos concordam que gerenciar é a praia da presidente.Mas seus assessores diretos relatam que estão encontrando dificuldade para convencê- la de que é preciso programar
eventos públicos onde possa ter contato com a população. Dilma não se sensibilizou com os apelos.

"Se tiver mais uma eleição proporcional no Brasil, cada partido vai atrás do seu Tiririca. Ele não é o problema, mas os que se elegem no rastro dele” — Francisco Dornelles, senador (RJ) e presidente do PP

DIVIDIDO. O governador Eduardo Campos (na foto) conseguiu seduzir o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. Ele está inclinado a se filiar ao PSB. Essa é a preferência da presidente Dilma Rousseff. Mas o PMDB não desistiu e sustenta que os socialistas vão implodir sua candidatura ao governo paulista, como fizeram com Ciro Gomes na eleição presidencial. Por questões legais, Kassab avalia criar um novo partido que, em um segundo momento, se fundiria com a sigla escolhida.

No caderninho
Depois da divisão da bancada do PDT na votação do salário mínimo e do corpo mole do ministro Carlos Lupi, o partido perde força para emplacar o ex-senador Osmar Dias no segundo escalão e o ex-deputado Dagoberto no Denatran.

As centrais
Os governistas estão tentando cooptar as centrais sindicais na votação do mínimo no Senado. Estão propondo que, em vez de apenas serem contra os R$ 545, também se manifestem a favor da política para o mínimo com vigência até 2015.

Mais participação da sociedade
As conferências nacionais temáticas inauguradas no governo Lula serão mantidas no governo Dilma. Mas, além de ouvir os segmentos organizados, a presidente quer que sejam criados canais para a participação daqueles setores sociais que não participam de sindicatos e associações. A equipe de um dos ministros palacianos está quebrando a cabeça para descobrir formas novas de participação social no governo. 

Quando o PMDB adere aos tucanos

À revelia do partido, dois peemedebistas assumiram secretarias em governos tucanos. Em Goiás, o deputado federal Thiago Peixoto virou secretário de Educação de Marconi Perillo, que derrotou o peemedebista Íris Rezende. E no Paraná, o deputado estadual Luiz Claudio Romanelli assumiu a secretaria do Trabalho de Beto Richa. Em Sergipe, o problema é outro: o deputado Almeida Lima quer a presidência do diretório, controlado pelo vice-governador Jackson Barreto.

 O SECRETÁRIO de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Helvécio Magalhães, anda dizendo que, embora sua pasta tenha sido preservada dos cortes, tem gordura para tirar de seu orçamento de custeio. 

 APERTANDO O CINTO. Diante do corte de R$ 50 bi no Orçamento da União e das perspectivas conservadoras para a economia, o governo da Bahia bloqueou R$ 1,6 bi dos R$ 26 bi de seu orçamento.

 PARA evitar novo problema como o do salário mínimo, a presidente Dilma Rousseff orientou o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, a fazer reuniões mensais com as centrais sindicais.

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