Detalhes
VERISSIMO
O GLOBO - 06/01/11
Não quero fazer intriga, mas na hora de ser cumprimentada pelos representantes estrangeiros depois da posse a Dilma recebeu a Hillary e o Hugo Chávez com a mesma efusão – mas deu um passo à frente para receber a Hillary. Não sei o que isso possa sinalizar sobre novas diretrizes para nossa política externa, mas deu na vista.
A posse esteve cheia de detalhes assim. Da sua entrada na Câmara até chegar à mesa onde seria diplomada a Dilma foi distribuindo beijos e aí também se notou uma variação com possíveis conotações políticas. Em alguns ela dava um beijo, em outros dois beijos. É verdade que alguns (do PMDB), depois de receberem um beijo da Dilma, se apressavam a ficar na frente dela de novo para receber outro, mas assim mesmo a quantidade de beijos deve ter significado algo. Estabeleceu-se uma hierarquia instantânea, os beijados e os bi-beijados, que pode muito bem se refletir em futuras votações no Congresso.
O tempo gasto com beijos também marcou a primeira grande diferença de se ter uma mulher na presidência. Eu não me lembro de nenhum presidente ter custado tanto a chegar na mesa por ter ficado distribuindo beijos no caminho. Nem o Itamar, nas mulheres.
O detalhe mais simpático da festa foi a Dilma na base da rampa do palácio e o Lula no topo, os dois se enxergando pela primeira vez naquele dia, e ela abrindo os braços como quem diz “olha nós aqui: dá pra acreditar?”. E ele fazendo o mesmo gesto lá de cima.
A incredulidade com o que estava acontecendo deve ter acometido muita gente, a começar pela Dilma e o Lula.
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