Lupi defende "PAC" para o mercado de trabalho
Maria Cristina Frias
Folha de S.Paulo - 13/01/2011
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, estuda criar um "PAQ" (Programa de Aceleração da Qualificação) para qualificar tanto trabalhadores que estão no mercado de trabalho como fora dele.
"Já existe o PAC com "C", o Programa de Aceleração do Crescimento. Agora queremos um PAC com "Q", de qualificação", disse Lupi.
O ministro pretende formatar o programa, que deverá envolver todas as regiões e setores econômicos, em cerca de três meses.
Uma das ideias é levar ao mercado de trabalho aposentados, fornecendo-lhes cursos de atualização, e jovens sem experiência. O plano deverá, porém, priorizar o atendimento aos que procuram o primeiro emprego e pessoas de baixa renda.
Em 2009, cerca de 900 mil vagas ofertadas pelo Sine (Sistema Nacional de Emprego) do ministério não foram preenchidas por falta de habilitação dos candidatos.
"A qualificação tem de estar em pauta já que o país vai sediar eventos como a Olimpíada e a Copa do Mundo. É uma oportunidade para que principalmente o setor de serviços e o da construção civil possam se expandir e capacitar seus trabalhadores."
O ministério vai mapear a mão de obra que busca emprego e não consegue para depois fazer o planejamento dos cursos úteis para esses trabalhadores.
"No interior de SP, por exemplo, a mecanização acelerada na área agrícola e sucroalcooleira mudou o perfil do trabalhador necessário para trabalhar na colheita da cana", disse o ministro.
"Ele tem de operar máquinas, tem de ter um conhecimento que antes não era necessário. O trabalho braçal está praticamente extinto na região", acrescentou.
Sobra anual do abono salarial bancaria "PAQ", diz ministro
Uma das fontes de custeio do "PAQ" seria parte dos recursos do abono salarial que os trabalhadores deixam de resgatar todo ano.
"São 17 milhões de trabalhadores com direito a receber 1,5 salário mínimo referente ao abono e outros cerca de 6,5 milhões que recebem o seguro-desemprego. Como um percentual em torno de 2% deixa de receber os benefícios, o dinheiro voltaria ao trabalhador por meio do programa de qualificação", explica o ministro do Trabalho.
Hoje os recursos que não são resgatados voltam para o Fundo de Amparo ao Trabalhador. "São cerca de R$ 300 milhões por ano", afirma.
Segundo o ministro, o plano poderia ter a participação de Estados e municípios, que receberiam recursos para qualificar os trabalhadores. A participação das centrais sindicais está descartada.
"Podemos fazer a chamada pública, que é como uma licitação em que o governo apresenta o projeto, os interessados se inscrevem e vence o melhor preço", diz Lupi.
O ministro afirma que criará o selo-qualidade da qualificação. O objetivo da medida é ver quais empresas colocam mais profissionais no mercado após a qualificação, medir as que têm menor evasão escolar, entre outros.
CHECK-IN EM BELO HORIZONTE
Com o foco em turismo de negócios, a rede hoteleira InterCity vai estrear a bandeira em Minas Gerais.
Com 286 apartamentos de categoria econômica, o empreendimento será construído em Belo Horizonte, em parceria com as empresas Castelo Engenharia e Verde Imóveis.
"A demanda em BH, que é uma grande cidade de negócios, está forte. A localização foi estratégica, próxima ao centro de convenções", diz Alexandre Gehlen, fundador da rede.
Até o final do primeiro trimestre, a empresa vai iniciar a construção de mais dois hotéis: em Montenegro (RS) e em Itaboraí (RJ). Os três projetos receberão investimentos de aproximadamente R$ 100 milhões.
"Em 2010, o mercado de hotelaria de negócios cresceu acima das projeções para o PIB, o dobro. Não são a Olimpíada ou a Copa que viabilizam o crescimento, e sim a necessidade das pessoas de viajar a negócios", diz Gehlen.
Presente em sete Estados, com 16 hotéis em operação, a rede, com sede em Porto Alegre, busca novos negócios. "Curitiba, Recife, Brasília e o interior de São Paulo estão no alvo."
TRILHÃO
Os pagamentos feitos por empresas por meio do Banco do Brasil superaram R$ 1 trilhão em 2010. Neste montante estão incluídos operações com títulos, TED/DOC, crédito em conta-corrente e pagamentos contra-recibo. Em 2009, o valor registrado foi de R$ 989,5 bilhões e em 2010, de exatos R$ 1,225 trilhão, uma alta de 23,83%.
INVESTIMENTO EM MAQUINÁRIO
A indústria brasileira é uma das quatro que mais investirão em máquinas no mundo em 2011, segundo estudo da consultoria Grant Thornton International.
Um dos motivos para o aumento da compra de maquinários é a valorização do real.
Os outros três países que se destacam no quesito são Chile, Armênia e Filipinas.
Já Grécia, Holanda, Irlanda e Japão diminuirão os investimentos nesse setor, de acordo com a consultoria.
A pesquisa também mostrou que Argentina, Índia e Turquia apresentarão altos índices de inflação neste ano.
A Grant Thornton entrevistou, entre novembro e dezembro passados, 5.700 executivos de todo o mundo.
Os mais confiantes são os latino-americanos.
Entre os empresários ouvidos na região, 78% responderam que estão otimistas com os seus negócios.
VESTIR A CAMISA
O INDG (Instituto de Desenvolvimento Gerencial), fundado por Vicente Falconi, empossou ontem Mateus Bandeira como novo presidente da consultoria.
O executivo substitui o cofundador José Martins de Godoy, que assume a presidência do conselho.
Agora os fundadores Falconi e Godoy deixam o dia a dia do instituto. "Embora permaneçam no conselho, é uma grande mudança", diz Bandeira, que já conheceu a consultoria do ponto de vista de cliente, quando foi diretor do Tesouro do Rio Grande do Sul, secretário de Planejamento e Gestão e presidente do Banrisul, cargo que acaba de deixar.
Em 2010, o faturamento do INDG foi R$ 307,8 milhões, alta de 56%. Do total, 79% correspondem a empresas nacionais, 8%, estrangeiras e 13%, setor público.
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