Reforma tributária fatiada
ILIMAR FRANCO
O GLOBO - 13/01/11
O governo Dilma Rousseff vai encaminhar, no retorno do Congresso, três ou quatro projetos de lei propondo mudanças pontuais no sistema tributário. O objetivo é desonerar a produção e mitigar a guerra fiscal entre os estados. Uma delas será a desoneração da folha de pagamento e a outra, baixando uma nova regulamentação do ICMS. A presidente riscou da agenda do governo as reformas trabalhista, previdenciária e política. O governo não fará reforma que implique um elevado custo político. Mudanças que impliquem grande gasto de energia política só virão se tiverem efeito imediato importante para a economia brasileira.
Urânio
O governo Dilma Rousseff vai criar uma divisão de produção na Eletronuclear para enriquecer, no Brasil, o urânio para atender a demanda das usinas de Angra I, II e III. A extração do minério será feita em parceria com empresas privadas.
Centralizado
As empresas controladas pela Eletrobras, como Itaipu, Furnas e Chesf, vão perder a autonomia no governo da presidente Dilma Rousseff. A Eletrobras vai virar uma holding de fato e terá um nível de governança similar ao da Petrobras.
O sistema ‘S’ vai entrar na roda
O sistema de ensino profissionalizante mantido pelas entidades empresariais, tais como Sesi, Senai, Senac e Senat, vai ser convocado pelo governo para participar de um grande esforço para formação em massa de técnicos de nível médio e tecnólogos, e promover cursos de reciclagem de 240 horas para profissionais, cujas atividades perderam empregos. A presidente Dilma Rousseff costuma dizer que o Brasil está sendo obrigado a trocar o pneu do carro com ele andando.
Tiririca e a reputação da Câmara
A criação de um tour para orientar os novos deputados sobre o trabalho da Câmara está sendo desenvolvida pelas coordenadorias de Relações Públicas e de Divulgação Institucional da Casa. Eles foram inspirados pelo slogan de campanha do deputado Tiririca (PR-SP) e, por isso, o nome do piloto era “O que faz um deputado?”. Mas o nome foi vetado pelo setor de Comunicação Social, sob a alegação de que prestigiar a frase de Tiririca poderia abalar a reputação da Casa.
Dilma e o mínimo
A presidente Dilma Rousseff vai cobrar dos aliados que rejeitem no Congresso as propostas de um salário mínimo superior ao valor proposto pelo Executivo. Dilma não quer nem ouvir falar na possibilidade de colocarem o veto no seu colo. Ela quer convencer sua base de que é importante manter a regra do reajuste (inflação do ano anterior mais a variação do PIB de dois anos). O governo vai revisar sua proposta, de R$540 para R$545, para incorporar a inflação do ano passado.
Em política às vezes é preciso fazer igual a regime. Fechar a boca” — Eduardo Cunha, deputado federal (PMDB-RJ), seguindo script acertado com o PT
O EX-SENADOR Marco Maciel será o candidato do grupo do ex-senador Jorge Bornhausen à presidência do DEM. Ele vai concorrer contra o senador José Agripino (RN), apoiado pelo atual presidente da sigla, o deputado Rodrigo Maia (RJ).
Em política às vezes é preciso fazer igual a regime. Fechar a boca” — Eduardo Cunha, deputado federal (PMDB-RJ), seguindo script acertado com o PT
A PRESIDENTE Dilma Rousseff, toda vez que alguém fala de seu antecessor, o ex-presidente Lula, dá um suspiro e emenda com um Lulinha.
O NOME do futuro líder do governo na Câmara está na dependência do resultado das eleições para a presidência da Casa.
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