Novo esforço
ILIMAR FRANCO
O GLOBO - 20/01/11
Os dois maiores partidos, PT e PMDB, vão tentar aprovar, no primeiro semestre, mudanças na legislação eleitoral. Os dois partidos estão fechados apenas com o financiamento público das campanhas. No mais não há acordo. O PT vai tentar a adoção do voto em lista, mas o PMDB está inclinado a apoiar o distritão, como está sendo chamado o distrital ampliado. No primeiro governo Lula, PT e PMDB tentaram aprovar uma reforma política. Fracassaram.
A diferença entre lista e distritão
As mudanças em debate acabam com a votação nominal em candidatos, tal como é hoje. O voto em lista mantém a regra atual da proporcionalidade. O distritão transforma a eleição para deputado federal numa eleição majoritária. O PMDB está evoluindo para este modelo por inspiração do vice-presidente Michel Temer. Nele, por exemplo, seriam eleitos no Rio os 46 deputados mais votados, independentemente da votação conjunta de um partido ou coligação, como no sistemaproporcional. O PT resiste a essa proposta, porque ela requer quórum constitucional, três quintos dos votos na Câmara (308) e no Senado (49) para ser aprovada.
ALIADO?
O futuro presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), pode ser um aliado dos estados produtores de petróleo no debate
sobre a distribuição dos royalties. Ele votou a favor da emenda Ibsen Pinheiro (PMDB-RS), mas seu principal reduto eleitoral, Canoas, na Grande Porto Alegre, recebe royalties porque abriga a refinaria Alberto Pasqualini. Maia defendeu um meio termo entre a proposta do governo Lula e a emenda Ibsen.
Impasse
Para a presidente Dilma Rousseff, o STF não tem outra alternativa que não seja a de libertar Cesare Battisti. Foi recebida com surpresa a tentativa do presidente do tribunal, Cezar Peluzo, de desconhecer a decisão do ex-presidente Lula.
Pé no freio
A tendência petista Construindo um Novo Brasil está pressionando para manter Cândido Vaccarezza na Câmara. O ministro
Luiz Sérgio (Relações Institucionais) tenta evitar que a mudança seja efetivada.
Divisão petista
A turma do deixa-disso na bancada do PT tenta construir um acordo para que não haja disputa entre os senadores José Pimentel (CE) e Marta Suplicy (SP) pela vice-presidência do Senado. O clima ficou ruim na última reunião dos petistas, quando Marta disse que o nome de Pimentel seria bom para a 1ª Secretaria, e não para a vice. “Não sou um burocrata, sou um político”, reagiu Pimentel. A decisão será tomada na próxima quinta-feira.
De malas prontas
Ameaçado de expulsão do PMDB, o prefeito João Henrique (Salvador) está conversando com o PV. Para abrigá-lo, o partido exige
compromissos ambientais, como a criação de uma Secretaria de Meio Ambiente. O diretório municipal do PMDB decidiu ontem romper politicamente com o prefeito, que enfrenta altas taxas de rejeição e corre o risco de ter as contas de 2009 reprovadas. “João
Henrique, para o PMDB, é uma página virada”, disse Geddel Vieira Lima.
O MINISTRO Pedro Novais (Turismo) ligou ontem para o governador Sérgio Cabral oferecendo recursos para a reconstrução da Região Serrana.
O SINDIFISCO informa: a tabela do IR sofreu uma defasagem de 64%, de 1995 a 2009. Por isso, o vicelíder
do PPS, Arnaldo Jardim (SP), defende a adoção de uma regra permanente de correção da tabela.
O PR quer uma diretoria da Petrobras, uma do BNDES e uma do Banco do Brasil. “Queremos compartilhar o governo assim como compartilhamos a campanha”, justifica uma liderança do partido.
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