quinta-feira, dezembro 30, 2010

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Privilegiada, Telefônica lidera em reclamações 
 Maria Cristina Frias 

Folha de S.Paulo - 30/12/2010

A Telefônica fechará 2010 como a empresa responsável pelo maior número de reclamações em São Paulo.
Até o final do mês de novembro, o Procon-SP realizou 6.677 atendimentos a clientes da companhia. O motivo mais frequente é cobrança indevida.
O número é menos de um terço que o registrado pela Telefônica nos últimos 11 meses de 2009: 21.335. Ainda assim, está muito à frente da segunda colocada, a Eletropaulo, que recebeu 3.776 reclamações neste ano.
Para diminuir a quantidade de reclamações, a Telefônica conta com balcões de atendimento exclusivos para seus clientes nos postos do Poupatempo de Itaquera, Santo Amaro e Sé.
A Secretaria de Gestão Pública do Estado de São Paulo diz que "a demanda dos usuários é um dos principais pontos a serem avaliados para que uma empresa possa se instalar no Poupatempo".
A Eletropaulo estuda a possibilidade de abrir postos semelhantes na cidade. A Net vê a iniciativa com bons olhos, pois gostaria de atender seus clientes antes deles chegaram ao Procon.
"Esse serviço serve como filtro e reduz muito os casos de reclamações", afirma o vice-presidente de operações da Net, Daniel Barros.
Já a Telefônica minimiza a liderança no número de atendimentos na cidade em 2010 e a influência desses balcões especiais para a melhoria de seus serviços.
"Estamos comemorando nosso melhor índice de Procon. Comparações que não levam em conta a base de clientes desfavorecem a Telefônica", diz Raphael Duailibi, diretor-executivo de atenção ao cliente da empresa.

Eliana Cardoso, economista e professora da FGV

"Parte dos dólares impressos nos EUA com a política de "afrouxamento quantitativo" do Fed fluem para os países emergentes e contribuem para a alta das commodities. Ao mesmo tempo, há uma explosão do crédito no Brasil e o otimismo em relação ao país. Acabamos de misturar o coquetel que leva à euforia irracional? Ainda não. Por enquanto, temos sinais de aquecimento econômico: inflação em alta, disparada das importações e os mais baixos níveis de desemprego", diz Eliana Cardoso, economista e professora da FGV, sobre eventos que vão chamar a atenção em 2011.
"Os riscos? Uma desaceleração brusca no exterior (por causa da política monetária mais apertada na China) e um aumento da aversão ao risco nos mercados de capitais (por causa da crise europeia).
Outros desequilíbrios: a piora fiscal e a continuada expansão de empréstimos do BNDES (que cresceram 31% até novembro) preocupam porque o crescimento com base em crédito subsidiado não é sustentável.
A prolongada sobrevalorização do real ocorre na ausência de ganhos de produtividade. Com esses riscos, é de se esperar que o governo venha a adotar políticas monetária e fiscal para esfriar a economia. Ele terá de conter gastos e expectativas eufóricas."

Mais ferrovias e navegação geram economia, diz estudo

O Brasil poderia reduzir em R$ 800 bilhões o gasto com fretes, se conseguisse alcançar uma nova matriz de transporte com menor participação rodoviária.
Se nos próximos 25 anos a representação do setor rodoviário, que hoje é de mais de 70%, caísse para pouco menos de 40%, outros ganhos seriam obtidos, de acordo com estudo da Academia Nacional de Engenharia.
"O país continua hoje fazendo com caminhão a ligação entre uma carga do RS ao NE. Com 8 km de costa, poderia ter um transporte fluvial mais atuante", diz Luiz Fernando Santos Reis, presidente do Sinicon (sindicato da construção pesada).
Outros R$ 600 bilhões seriam economizados com energia, além de R$ 130 bilhões com manutenção rodoviária, de acordo com o estudo de Paulo Vivácqua, vice-presidente da academia, responsável pelos números.
A conclusão do estudo aponta que o Brasil perde anualmente cerca de 1% de crescimento possível do PIB com a atual matriz predominantemente rodoviária.
"A matriz do Brasil é equivocada. Deveria usar a matriz que a Vale adota: a distância curta, da mina até o pátio, é feita por caminhão, depois segue de trem até o porto, onde passa ao navio", diz Reis.
Com uma nova divisão da matriz, que teria mais ferrovias (21%) e navegação (33%), o país evitaria a emissão de 800 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera, segundo a pesquisa.

DEITADO NO VERDE
O boom imobiliário e as exigências legais ambientais impulsionam o mercado brasileiro de mudas de espécies nativas da mata atlântica.
Com o aumento da demanda, a Biovert, que produz mudas para reflorestamento, recuperação de áreas degradadas e arborização urbana, vai investir na expansão da sua capacidade de produção.
"A demanda está crescendo por causa das compensações ambientais. As construtoras têm de investir em projetos de reflorestamento e recuperação de áreas degradadas para compensar o impacto de suas obras", diz o engenheiro florestal Marcelo de Carvalho, sócio da Biovert.
Em 2011, a empresa vai destinar R$ 2,5 milhões para o aumento da área de produção e para a modernização dos equipamentos da fazenda, como aquisição de novas câmaras frias.
"Hoje produzimos 3 milhões de mudas por ano e queremos chegar a 10 milhões até 2014", diz.

Indústria... A Hyva do Brasil, fabricante de cilindros hidráulicos e guindastes, exportará parte da produção para a China em 2011, já que a subsidiária no país asiático não atende toda a demanda.

...de peso No ano que vem, a empresa também abrirá filial na cidade de São Paulo, para agilizar a entrega de produtos na região Sudeste. O faturamento da Hyva do Brasil foi de R$ 137 milhões em 2010.

Novo software A brasileira CPA apresentará em janeiro, nos EUA, seu novo produto, denominado Control Tower. O software, desenvolvido desde 2006, permite que seus clientes controlem todo o processo de produção e auxilia na gestão empresarial.

Em negociação
O Grupo Fitta, de franquias de agências de câmbio, e a MasterCard devem anunciar parceria no primeiro semestre de 2011. Com o negócio, serão abertas mais 40 unidades da empresa, que hoje possui 52 franquias e seis lojas próprias.

Tempero mineiro
Depois de lançar empreendimentos em Minas, Goiás e Espírito Santo, a Masb, formada pela fusão da Metro, Alicerce e Santa Bárbara, chega a São Paulo. Em parceria com a PDG Realty, o grupo lança um edifício residencial no Butantã.

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