Na prancheta do PMDB
RENATA LO PRETE
FOLHA DE SÃO PAULO - 10/11/10
Na esteira da tese, defendida por Michel Temer, de que cada partido da coalizão dilmista mantenha sua cota atual na Esplanada, o PMDB passou a trabalhar com um desenho no qual o ex-governador do Rio Moreira Franco, antes mencionado como possibilidade para Cidades, tornou-se opção para Comunicações.
No plano peemedebista, Wagner Rossi (SP) seguiria na Agricultura, Edison Lobão (MA) retornaria a Minas e Energia e Eunício Oliveira (CE) iria para Integração Nacional, com Eduardo Braga (AM) como alternativa. Por fim, o governador Sérgio Cabral indicaria o ministro da Saúde. Falta só combinar com Dilma Rousseff.
Para entender - Ao deixar correr a versão de que reivindica um ministério para Jorge Picciani (PMDB), candidato derrotado ao Senado, Cabral busca na verdade demonstrar mobilização pelo aliado, ao qual não pretende oferecer uma secretaria.
Nosso cara - O nome da bancada do PT na Câmara para o ministério é José de Fillipi Júnior, ex-prefeito de Diadema e tesoureiro da campanha de Dilma. A sigla quer instalá-lo nas Cidades.
Eu não - Do vice eleito, Michel Temer, negando ter recebido pedido para engavetar na Câmara o projeto que estabelece piso salarial para os policiais: ‘Alguém quer me intrigar com a presidente Dilma. Não tratamos da PEC 300 em nossa conversa’.
Em outra - Um dia depois de representantes do governo, reunidos com a equipe de transição, terem deixado claro que é imperativo barrar a votação da PEC 300, explosiva para as contas públicas, o líder da bancada do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), saiu de reunião na Câmara e mandou bala no Twitter: ‘Durante a reunião de líderes, defendi a votação da PEC 300. Ainda falta a apreciação de alguns destaques’.
Federação - Primeiro pleito dos governadores eleitos, a revisão da Lei Kandir começou a ganhar corpo ontem na Câmara. Com acordo entre governo e oposição, a CCJ aprovou projeto que atualiza a cobrança de ICMS sobre empresas do setor elétrico. Trata-se de um aceno das bancadas e do Planalto aos novos mandatários.Os secretários da Fazenda de Minas e da Bahia participaram da pressão ‘in loco’.
Fica... - Com base nos resultados obtidos na área, Geraldo Alckmin considera a possibilidade de manter Antonio Ferreira Pinto à frente da Secretaria da Segurança.
...ou sai? - Há, porém, pressões em contrário. Elas partem principalmente de deputados, tucanos e aliados, ligados a delegados afastados ou transferidos em razão de investigações de corrupção conduzidas pela gestão de Ferreira Pinto.
Rebelião zero - O secretário da Administração Penitenciária, Lourival Gomes, deve permanecer onde está.
O retorno - Planejamento ou Fazenda: Andrea Calabi é nome provável para uma dessas duas pastas no governo Alckmin. A primeira já foi ocupada por ele na gestão anterior do tucano.
Largada - A primeira providência de Alckmin na educação será um ‘censo’ para identificar demandas regionais por cursos extraclasse.
Fechadura - O presidente da Assembleia, Barros Munhoz (PSDB), assume nesta sexta o governo paulista, mas não despachará no gabinete de Alberto Goldman. O governador, que viajará à França, Alemanha e Japão, recomendou que o deputado ocupe a sala reservada ao vice no Bandeirantes.
Tiroteio
Depois de uma eleição como esta, ou aprovamos o financiamento público ou permitimos que o deputado se vista como piloto de F-1, cheio de patrocínios pelo corpo.
DO DEPUTADO REELEITO ANDRÉ VARGAS (PR), secretário de Comunicação do PT, defendendo reforma que mude as regras do financiamento das campanhas.
Contraponto
Tá bom ou quer mais?
Na noite de domingo passado, quando Dilma Rousseff já havia retornado dos dias de descanso no litoral da Bahia e Lula ainda não tinha partido para Moçambique, realizou-se no Palácio da Alvorada uma reunião na qual o presidente esbanjava bom humor.
A tal ponto que alguém resolveu perguntar o motivo de tanta alegria. Ele prontamente respondeu:
- Você está de brincadeira comigo? Além de eu ter conseguido eleger a minha sucessora, o Corinthians agora vai ser campeão brasileiro!
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