Nível de emprego na construção se desacelera
Maria Cristina Frias
O nível do emprego na construção civil começa a sinalizar arrefecimento, em um setor reconhecido nos últimos anos pelo crescimento vigoroso.
As contratações tiveram alta em setembro, mas em ritmo menor do que o registrado nos meses anteriores.
Foram 26,6 mil trabalhadores, ante 48,6 mil contratações em agosto, segundo pesquisa do SindusCon-SP e da FGV. O total de empregados formais na construção atingiu 2,85 milhões no mês.
A redução vem em momento oportuno, segundo o presidente do SindusCon-SP, Sergio Watanabe. No ritmo que vinha ocorrendo, o aquecimento estava prestes a esbarrar em vulnerabilidades como o desabastecimento de material de construção e a carência da própria mão de obra diante da demanda.
"É um movimento até salutar que naturalmente iria ocorrer. Não poderia continuar a essas taxas. A indústria de material está com a utilização da capacidade instalada acima de 90%, quase no limite", afirma.
A desaceleração foi mais forte no Estado de São Paulo. O saldo positivo entre contratações e demissões em setembro ficou em 683 trabalhadores, acréscimo de apenas 0,09%.
"São Paulo, além de ser um mercado já bem avançado, sofre um pouco mais pela dificuldade na aquisição de terrenos e devido à legislação. Mas, em outros locais, como no Nordeste, a demanda por mão de obra continuou crescendo, com a contratação de 11,6 mil trabalhadores", diz.
PARA ESTRANGEIRO VER
Will Landers, que administra cerca de US$ 8 bilhões em ações latino-americanas na BlackRock, a maior gestora de recursos do mundo, diz que a Bolsa brasileira não está cara.
"Está operando a múltiplos abaixo de dez vezes em 2011", diz o gestor de fundos para a América Latina.
"Os Estados Unidos operam a 13 vezes, 14 vezes e a China, com P/L mais alto", acrescenta Landers que também é diretor da Amec (Associação de Investidores no Mercado de Capitais). O P/L é a relação entre o preço e o lucro, que indica o valor de uma ação ou do índice.
"É uma Bolsa das mais baratas", afirma. "Atrás da Rússia, que é um mercado com mais problemas de governança que o brasileiro."
A expectativa do gestor da BlackRock é de alta de 25% no acumulado até o final deste ano.
Para Landers, estatais brasileiras precisam encontrar formas de conter a influência do governo, que repercute no valor das ações.
Segundo ele, a Usiminas é um bom exemplo nesse sentido por ter limitado em 5% o volume de "investimentos considerados sociais".
PERSIO NA ESCOLA
Persio Arida, sócio do BTG Pactual, voltou ao banco escolar nos Estados Unidos.
Na semana passada, capitaneou, com Roberto Sallouti, um grupo de aproximadamente 30 pessoas, entre sócios e não associados, para um curso feito sob medida para o Pactual pela Harvard Business School. Executivos de Nova York e Londres uniram-se à turma.
"Foi ideia nossa", desconversa Arida sobre a autoria da iniciativa, que dizem ter sido dele. O curso, de caráter não acadêmico, propunha a discussão de casos empresariais. Nenhum brasileiro.
"Discutimos estratégia, formação de lideranças... temas sobre os quais não adianta apenas falar", explica. "Com casos, as pessoas refletiram sobre empreendedorismo, o papel da inovação, a importância de se manter a cultura e a identidade do banco. Foi um sucesso", comemora.
De que empresas falaram? "De companhias que se expandiram e seus desafios." Em 2011, ou daqui a dois anos, será a vez dos sócios André Esteves e Antônio Carlos Canto Porto Filho, o Totó.
FINANÇA BÁSICA
A XP Educação, centro de educação financeira, atingiu a marca de 200 mil novos alunos formados desde a sua fundação, há sete anos.
Nesse período, foram realizados mais de 15 mil cursos, em 23 Estados do país.
Cerca de 4.000 alunos por mês estudam na XP.
A expectativa da empresa é encerrar este ano com aproximadamente 45 mil alunos -o dobro do alcançado no ano passado.
Hoje, 90% dos cursos ministrados são presenciais.
No ano que vem, porém, a empresa vai investir R$ 1 milhão na conversão de toda a plataforma para cursos à distância. As aulas presenciais devem receber aporte de R$ 5 milhões.
"Seguimos uma tendência de mercado, nos preparando para um crescimento agressivo", diz Gabriel Leal, diretor-geral e sócio da XP Educação.
A companhia já estuda abrir dois cursos de extensão no segundo semestre do ano que vem.
Um terá foco em mercado de capitais e o outro será sobre empreendedorismo.
A indústria e... Os investimentos e as estratégias da indústria brasileira para reduzir as emissões de gases do efeito estufa estão entre os temas do painel que a CNI realizará em Cancún, no México, durante a 16ª Conferência do Clima.
...o clima Antes da conferência, os empresários apresentarão as posições e as contribuições da indústria brasileira para as negociações da COP 16 em reunião marcada para a próxima segunda-feira, em São Paulo.
Às compras O Fashion Mall, shopping da BR Malls no Rio, passa pela primeira grande revitalização, orçada em R$ 50 milhões. Até dezembro, serão inauguradas unidades da M Missoni, da Cris Barros e uma masculina da rede Avec.
Trabalho... Cerca de 45 mil vagas temporárias devem ser preenchidas no comércio e na indústria neste Natal, segundo a Asserttem (Associação Brasileira das Empresas de Serviços Terceirizáveis e Trabalho Temporário).
...temporário... O número representa 32% dos 139 mil postos de trabalho previstos para essa época do ano em todo o país.
...no Natal No comércio, as vagas temporárias abertas ou em seleção somam 39 mil. Na indústria, são 6.000, de acordo com a Asserttem.
Alô... A Master Brasil, empresa mineira de atendimento ao consumidor, inicia no ano que vem a sua expansão para cinco Estados.
...alô Com investimentos de R$ 15 milhões, o primeiro Estado que receberá uma nova unidade de negócios no primeiro semestre de 2011 será o Rio de Janeiro, seguido por Paraná. Em dezembro, a empresa vai inaugurar uma filial em Belo Horizonte.
Maria-fumaça 1 O volume de brasileiros que utiliza o trem como meio de transporte para viajar por países da Europa dobrou nos últimos cinco anos, de acordo com a Rail Europe 4A. A empresa prevê transportar 2 milhões de passageiros ao final deste ano. Do total, cerca de 200 mil são brasileiros.
Maria-fumaça 2 No acumulado do ano até setembro, a arrecadação global da companhia registrou um aumento de 35%, para 114,3 milhões, na comparação com o mesmo período do ano anterior. No Brasil, o crescimento foi de aproximadamente 62,3% no período, para 9 milhões.
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