Setor de energia importa da China para fugir de preço alto
Maria Cristina Frias
Folha de S.Paulo - 04/11/2010
Na busca por redução de custos para geração de energia, dada a queda do preço final do megawatt, cresce o número de empresas que estudam a importação de equipamentos da China.
Empresários do setor reclamam do preço cobrado por fabricantes nacionais.
A Itacá Energia, que gera e comercializa energia, além de fazer equipamentos de média tensão, tornou-se sócia de um empresário chinês e passou a importar máquinas daquele país.
"Sempre utilizei equipamentos nacionais, mas em setembro passado nacionalizei a primeira turbina hidráulica para geração de energia da China", conta Carlos Sampaio, sócio-diretor da Itacá Energia. "É a primeira turbina chinesa no Brasil", diz ele.
De olho no mercado crescente, o engenheiro já encomendou outras 22 turbinas do fabricante chinês ao qual se associou.
"Já são 37 as empresas que nos procuraram para cotar preços, interessadas em importar também", diz Sampaio. O valor das turbinas varia conforme o tamanho, de R$ 700 mil a R$ 12 milhões.
A empresa importou também um conjunto gerador para eólicas que, segundo Sampaio, também é inédito no mercado brasileiro.
"O custo da turbina chinesa é 170% menor que a nacional e o preço do conjunto eólico é 120% inferior ao similar nacional, sendo que a qualidade é muito superior. Isso viabiliza empreendimentos, mesmo com os preços dos últimos leilões", afirma.
Auditores da Receita protestam hoje contra norma de sigilo fiscal
Hoje, os auditores fiscais da Receita Federal não vão acessar os sistemas informatizados com os quais trabalham como forma de protesto contra a medida provisória 507, editada no mês passado.
Um dia sem acesso ao sistema significa perda de R$ 92 milhões para a União, segundo o Sindifisco Nacional (sindicato dos auditores).
A norma institui sanções para combater a violação de sigilo fiscal, mas compromete o exercício da profissão e o combate à sonegação, segundo a entidade.
"Temos de reprimir somente o vazamento. É inerente ao cargo de auditor acessar os dados para investigar e ele não deve ser punido por isso", diz Kurt Krause, diretor da entidade.
Em 2009, os autos de infração emitidos pelo órgão totalizaram R$ 35 bilhões, dos quais 70% foram pagos.
PÁREO DO RODOANEL
Devem participar do leilão de concessão dos trechos sul e leste do Rodoanel, que será realizado hoje pelo governo paulista, as empresas OHL e Bertin de um lado, e a OAS com a Odebrecht de outro.
Do grupo formado com a OAS, a CCR pretendia participar, mas pode desistir.
Nenhuma das empresas confirma a participação.
A construção do trecho leste tem investimento de R$ 4 bilhões. Ao longo dos 35 anos de concessão os investimentos somarão R$ 5 bilhões em ambos os trechos.
A Artesp (agência dos transportes de SP) também não confirma os nomes das empresas. Informa apenas que a sessão pública para a abertura dos envelopes com as propostas dos licitantes ocorrerá hoje.
A menor tarifa de pedágio será o critério adotado para a seleção do vencedor.
Serão considerados os tetos de R$ 6 para o trecho sul e de R$ 4,50 para o leste.
Na calculadora Em dez anos de operação, a Bolsa Eletrônica de Compras da Secretaria da Fazenda de São Paulo movimentou R$ 6,9 bilhões em compras realizadas a preços médios 25% menores. A economia é de R$ 2,06 bilhões aos cofres públicos.
Nomeado Robertson Emerenciano, sócio do escritório Emerenciano, Baggio e Associados assumiu em outubro a presidência do Lawrope, associação que atua em 19 países. Ele fica à frente da instituição pelos próximos dois anos.
Missão... O Brasil recebe este mês a segunda Missão Comercial da Irlanda, conduzida pela Enterprise Ireland, agência governamental de fomento do país. O grupo, que reúne empresas de diversos setores, terá reuniões em São Paulo e no Rio de Janeiro.
...à vista No Rio, o foco será a busca por parcerias para a Olimpíada de 2016 e há expectativa de que contratos sejam fechados. Acompanha a missão o ministro para Empreendimentos, Comércio e Inovação da Irlanda, Batt O'Keefe.
PÃOZINHO MAIS CARO
O preço do pão francês e dos demais panificados subiu 2,55% em setembro, segundo o IPV, da Fecomercio SP. Foi a 11ª alta consecutiva.
O encarecimento do pãozinho se deve, principalmente, ao fato de o Brasil não produzir trigo suficiente para suprir a demanda interna, tendo de importá-lo, segundo Julia Ximenes, assessora econômica da Fecomercio SP.
"Além disso, a Rússia, principal exportador mundial de trigo, está passando por uma seca, o que fez o país suspender as vendas."
SELO SEGURO
A Hanesbrands, fabricante da cueca Zorba, e a SBU (Sociedade Brasileira de Urologia) se unem em uma campanha nacional pró-saúde masculina.
A partir deste mês, a embalagem da cueca comercializada no país terá um selo social que chamará a atenção para o assunto.
"No início, 5 milhões de unidades terão o selo. Como cada embalagem é vista por três pessoas em média, a expectativa é que a campanha atinja 15 milhões de pessoas", diz Osvaldo Cordon, presidente da Hanesbrands no Brasil.
A empresa não espera retorno financeiro com a campanha. "É uma ação de responsabilidade social da marca", diz ele.
A meta da SBU é conscientizar o homem da importância da prevenção.
"Está aumentando o número de homens que vão ao consultório na faixa dos 30, 35 anos, porém, na maioria das vezes, recomendados pela mulher. Ainda é difícil conscientizá-lo", diz o médico João Hipólito Pous, secretário-geral da organização.
INFLAÇÃO
2,55%
foi a alta do preço do pão francês e dos demais panificados em setembro, segundo o IPV
4,53%
foi o aumento dos preços dos panificados vendidos em supermercados em setembro, a quinta elevação consecutiva, segundo a Fecomercio SP
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