quinta-feira, novembro 04, 2010

CLÁUDIO HUMBERTO

“Um ex-presidente da República não indica, não veta”
PRESIDENTE LULA AFIRMANDO QUE NÃO VAI INTERFERIR NA FORMAÇÃO DO GOVERNO DILMA

LULA PODE ASSUMIR A SECRETARIA-GERAL DA UNASUL 
Após deixar o governo ou mesmo antes disso, o presidente Lula poderá assumir o cargo de secretário-geral da Unasul, a União de Nações Sul-Americanas, em substituição ao ex-presidente argentino Néstor Kirchner, recém-falecido, que havia sido eleito em maio deste ano. Teoricamente, a sede da Unasul fica em Quito, capital do Equador, mas na prática Lula pode transferi-la para Brasília ou São Paulo.

AREIA DEMAIS 
Lula sonhava com a secretaria-geral da Organizações das Nações Unidas (ONU), mas era areia demais para o seu caminhãozinho.

TRATADO CONTINENTAL 
A Unasul foi criada por tratado, em maio de 2008, em Brasília, durante a III Cúpula de Chefes de Estado dos doze países da América do Sul.

MANDATO RENOVÁVEL 
A ex-presidente do Chile Michelle Brachelet foi a primeira secretária-geral da Unasul. O mandato é de dois anos, renovável uma vez.

O DESTINO 
A presidente eleita Dilma Rousseff se recusou ontem a revelar seu refúgio à beira-mar. Mas ela está na região de Ilhéus (BA).

PT HOSTILIZA PIMENTEL E O TRATA COMO ‘TRAIDOR’ 
Além de perder a eleição para o Senado, o ex-prefeito de BH Fernando Pimentel perdeu o respeito do presidente Lula e do PT. A presença dele no palco, tentando se juntar aos demais “papagaios de pirata, durante discurso de Dilma Rousseff, domingo à noite, foi rechaçada pelos próprios assessores da presidenta eleita sob os gritos de “traidor”. Dilma viu tudo e nada fez para desautorizar a hostilidade.

PEGOU MAL 
Na campanha para o Senado, Fernando Pimentel criou o comitê “Pimentécio”, associando-se ao ex-governador tucano Aécio Neves.

‘DOS SONHOS’ 
O comitê “Pimentécio” batizou de “chapa dos sonhos” Fernando Pimentel e Aécio para o Senado e Anastasia para o governo mineiro.

PESADELO 
A “traição” de Fernando Pimentel, segundo os petistas, incluindo Lula, derrotou Hélio Costa e o vice Patrus Ananias para o governo mineiro.

CARGO É DESTINO 
Ao ser preterido por Lula para o Ministério da Justiça, José Eduardo Cardozo (PT-SP), entristecido, anunciou que deixaria a política. Mas Dilma o “resgatou” para trabalhar ao lado dela, na campanha. Agora, o deputado que é pianista nas horas vagas pode virar ministro da Justiça.

NOME DE PESO 
O embaixador Carlos Alfredo Lazary Teixeira, o “Cafredo”, ex-assessor internacional de Dilma Rousseff na Casa Civil e diplomata admirado no Itamaraty, terá função de relevo no novo governo. Talvez chanceler.

‘COMPAGNI’ 
Como a coluna noticiou em junho, Lula dará “asilo humanitário” ao terrorista Cesare Battisti, que executava suas vítimas sem o menor resquício de humanidade. Vai sobrar para Dilma, quando visitar a Itália. 

MINISTRO MOKA 
O senador eleito Waldemir Moka (PMDB-MS), presidente da Comissão de Orçamento, tem sido mencionado para o Ministério da Agricultura, hoje controlado pelo seu partido. Ele é ligado ao agronegócio.

SEM DISPUTA 
No DF, o delegado Miguel Lucena, amigo próximo do governador eleito Agnelo Queiroz (PT), nega que esteja disputando a direção da Policia Civil. Leal, antes mesmo das prévias do PT ele já estava com Agnelo.

O PROFETA 
Por mais de duas vezes, na saborosa coluna no Globo, o excelente escritor João Ubaldo Ribeiro vaticinou que, no máximo em dois anos, Lula e Dilma estarão brigados, e enfatizou: “quem viver, verá.”

FUI! 
O Brasil tem oficialmente menos 45 brasileiros desde ontem: eles optaram ser cidadãos de outros países, como Estados Unidos, Áustria e Holanda. 

POR POUCO... 
Adivinhos da América Latina discutem no Chile a profecia maia (dos pré-colombianos, não do ex-prefeito do Rio) de que o mundo acabaria em 21 de dezembro de 2010. Se não acabou em 3 de outubro...

HORA DO LANCHE 
Nos EUA, Obama engasgou com os radicais do “Tea party”. No Brasil, Dilma terá de engolir o “Bread Party”, ou “partido do pãozinho”. 

PODER SEM PUDOR
BIÓGRAFO DE CAXIAS 
Vice de Marco Maciel, quando governador de Pernambuco, Barreto Guimarães era muito escalado para substituir o chefe nas solenidades de comemoração de datas históricas. Num 25 de agosto, Dia do Soldado, foi encarregado de fazer a saudação. Guimarães exagerou. Traçou um perfil começando pelo Caxias menino. Quarenta minutos depois, e quando a sobremesa já tinha sido servida, foi interrompido por uma salva de palmas sinalizando que devia terminar logo. Mas ele não entendeu o recado. Bebeu água, respirou fundo e prosseguiu:
–Então, senhores, era Luiz Alves de Lima e Silva, alferes...
Poucos esperaram para saber quando o patrono do Exército brasileiro chegou a Duque.

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