Vacas gordas, vacas magras
ELIANE CANTANHÊDE
FOLHA DE SÃO PAULO - 08/10/10
"Tudo o que é bom foi o Lula quem fez, tudo o que dá errado a culpa é dos outros."
A frase, do senador reeleito e ex-governador Cristovam Buarque, depois de trocar o PT pelo PDT, está atualíssima -apesar de seu autor ter recapitulado e caído de volta nos braços de Lula, que o demitiu por telefone, e de Dilma, a melhor aposta de poder.
Esse traço da personalidade -ou da esperteza- de Lula ficou evidente nestas eleições. Quando todo mundo já dava como certo que Dilma não apenas ganharia mas daria um banho histórico, Lula assumiu a dianteira nos palanques e nas manchetes, deixando a própria candidata em segundo plano. Mas, confirmado o segundo turno, o que Lula fez? Não só saiu da linha de frente como sumiu durante dias.
Palanque bom era aquele em que ele podia brilhar, primeiro para deslanchar a candidatura que tirou da cartola, depois para comemorar a "sua" vitória inquestionável e tripudiar sobre os adversários. Ali, valia tudo, até dar de ombros para a compostura de presidente e para a Justiça Eleitoral.
Palanque para admitir a reversão de expectativas, aí já não é com Lula. Foi Dilma quem enfrentou as feras, ladeada por Michel Temer, resgatado pela campanha, e por José Eduardo Dutra, sócio do fiasco de não vencer no primeiro turno. As caras estavam de dar dó.
Lula adora holofotes, discursos e metáforas, mas, depois da apuração (que em nenhum momento passou dos 47%), enfurnou-se no Alvorada para "articulações de bastidores", deixando a Dilma a tarefa de enfrentar a realidade, a irreverência dos jornalistas e a divisão da opinião pública. Ele se exibiu na virtual vitória. Ela botou a cara na hora da "derrota".
Com o reinício da propaganda eleitoral hoje, vamos saber qual dos Lulas ressurgirá na campanha, assim como até que ponto era real o frisson tucano para retirar Fernando Henrique da geladeira.
A frase, do senador reeleito e ex-governador Cristovam Buarque, depois de trocar o PT pelo PDT, está atualíssima -apesar de seu autor ter recapitulado e caído de volta nos braços de Lula, que o demitiu por telefone, e de Dilma, a melhor aposta de poder.
Esse traço da personalidade -ou da esperteza- de Lula ficou evidente nestas eleições. Quando todo mundo já dava como certo que Dilma não apenas ganharia mas daria um banho histórico, Lula assumiu a dianteira nos palanques e nas manchetes, deixando a própria candidata em segundo plano. Mas, confirmado o segundo turno, o que Lula fez? Não só saiu da linha de frente como sumiu durante dias.
Palanque bom era aquele em que ele podia brilhar, primeiro para deslanchar a candidatura que tirou da cartola, depois para comemorar a "sua" vitória inquestionável e tripudiar sobre os adversários. Ali, valia tudo, até dar de ombros para a compostura de presidente e para a Justiça Eleitoral.
Palanque para admitir a reversão de expectativas, aí já não é com Lula. Foi Dilma quem enfrentou as feras, ladeada por Michel Temer, resgatado pela campanha, e por José Eduardo Dutra, sócio do fiasco de não vencer no primeiro turno. As caras estavam de dar dó.
Lula adora holofotes, discursos e metáforas, mas, depois da apuração (que em nenhum momento passou dos 47%), enfurnou-se no Alvorada para "articulações de bastidores", deixando a Dilma a tarefa de enfrentar a realidade, a irreverência dos jornalistas e a divisão da opinião pública. Ele se exibiu na virtual vitória. Ela botou a cara na hora da "derrota".
Com o reinício da propaganda eleitoral hoje, vamos saber qual dos Lulas ressurgirá na campanha, assim como até que ponto era real o frisson tucano para retirar Fernando Henrique da geladeira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário