Solteiros e solteiras
RUY CASTRO
FOLHA DE SÃO PAULO - 13/09/10
Uma queixa habitual das mulheres é a de que faltam homens na praça – leia-se homens solteiros e disponíveis. Mas o IBGE, que veio ao mundo para dirimir dúvidas quantitativas, acaba de apurar que há 31,9 milhões de homens solteiros no Brasil contra 30,4 milhões de mulheres idem. Ou seja, com um saldo de 1,5 milhão de homens prontos para o abate, não será por falta de material que tantas mulheres continuarão encalhadas.
O problema, no entanto, não é estatístico, mas comportamental: a tendência do homem, esse sacripanta, a não ter pressa de assumir compromissos sérios e passar anos pesquisando o mercado antes de se decidir a investir. Sempre foi assim.
E, se a querida leitora já estava desanimada, lamento informá-la de que a situação tem tudo para piorar. Com a recente mania dos homens de continuarem morando com a mãe até os 40 anos, a taxa de rapazes casadouros promete diminuir ainda mais.
Mas, supondo que a estatística tenha alguma importância, quanto mais homens na área, maiores serão as probabilidades de as mulheres encontrarem o seu par no baralho. Sabendo-se que, segundo o IBGE, a discrepância quantitativa não é geograficamente uniforme, alguns Estados do Brasil serão mais propícios do que outros para que elas encontrem esse par.
Nesse sentido, nenhum supera Santa Catarina. Lá são 122 solteiros para cada 100 solteiras. Outros Estados em que a oferta masculina é considerável são Tocantins, Mato Grosso e Espírito Santo. Já São Paulo está apenas na média: 108 contra 100. E, em alguns Estados, há tantos homens quanto mulheres.
O Rio, por exemplo, tem pequeno deéficit: são 99,55 homens para cada 100 mulheres –o 0,45 saiu para comprar cigarros e não voltou. Já no Distrito Federal, faltam nove homens para as 100 mulheres. Se o amigo nunca encontrou um motivo para ir até lá, agora já tem um.
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