Scopel investe R$ 300 milhões no país em 2010
Maria Cristina Frias
Folha de S.Paulo - 13/09/2010
A Scopel, empresa especializada em loteamentos residenciais, investe neste ano R$ 300 milhões no país.
A incorporadora dobrou de tamanho anualmente a partir de 2007, desde que se associou ao Carlyle, em uma das primeiras aquisições realizadas pelo fundo americano no Brasil.
Com presença já consolidada em São Paulo, a Scopel inicia neste semestre seu plano de expansão para Estados como Minas Gerais, Goiás, Paraná, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Rio de Janeiro, entre outros, segundo seu diretor Ciro Schmeil.
"Os Estados do Nordeste, onde o crescimento do mercado imobiliário está muito acelerado, são um dos principais focos da empresa neste momento", afirma.
Até o final deste ano está previsto o lançamento de 15 loteamentos residenciais, em 10 milhões de m2 urbanizados. O recurso investido será direcionado principalmente a marketing e obras.
A Scopel fechou o primeiro semestre com resultado acima do alcançado durante todo o ano passado.
Entre janeiro e junho, a empresa comercializou cerca de 2.250 terrenos residenciais, que totalizam uma área de 400 mil m2 urbanizados.
O volume corresponde a um VGV (Valor Geral de Vendas) de aproximadamente R$ 100 milhões, número equivalente ao registrado durante o ano passado inteiro.
Para um jovem economista
"Não se deixe enganar com a conversa tola dos políticos e dos economistas marxistas: a profissão de economista não fracassou, muito menos o capitalismo", recomenda Gustavo Franco sobre a crise iniciada em 2008, em seu novo livro, "Cartas a um Jovem Economista" (Campus- Elsevier, 185 págs.)
Ex-presidente do Banco Central, professor da PUC do Rio e sócio da Rio Bravo Investimentos, empresa que fundou depois de deixar o serviço público, Franco dá conselhos a quem tem planos econômicos.
"Ilustro alguns pontos da profissão com o que vivi", diz o autor. O livro, que trata das atividades do profissional da economia na universidade, no governo e na iniciativa privada, tem dois capítulos sobre o nascimento do Real.
"Não consigo escrever sobre o Plano Real sem colocar o coração na ponta da chuteira", reconhece. Outro capítulo cobre o seu início na vida empresarial, também levado pela busca de "conforto material", diz. "Não se deixe patrulhar nisso", recomenda ao leitor. "Lembre-se de Fernando Pessoa: "para ser sonhador, falta-me o dinheiro.'"
O que mais recomenda ao estudante da área é muita leitura. "A prática da economia é mais interdisciplinar do que muitos supõem", diz.
"O economista é sempre questionado em seu conhecimento pela patrulha dos amadores", afirma Franco.
Quando um aluno questiona a longa lista de livros indicados, o autor diz pensar em "uma teoria pessoal, darwinista: você será , como economista, só um pouquinho a mais do que aquilo que ler".
Como espécie de lema da profissão, cita: "não há almoço grátis". O livro será lançado amanhã, em São Paulo, e no dia 21, no Rio.
Abaixo, conhecidos economistas dão suas sugestões a quem começa na profissão.
"As escolhas mais interessantes, que oferecem temas de estudo ao economista, são aquelas em que é preciso decidir entre o almoço e o dinheiro. Não é uma escolha trivial, porque não é possível escolher ambos, não há almoço grátis."
Octavio de Barros, economista-chefe do Bradesco
"Meu conselho é que invistam intelectualmente em: muita matemática e muita cultura", diz Octavio de Barros, economista-chefe do Bradesco a quem quer se dedicar à economia.
Conselho: Muita dedicação ao instrumental quantitativo e à literatura. Parece contraditório, mas não é. Esta é a verdadeira fórmula vencedora. Recomendo que os mais jovens ampliem ao máximo o seu repertório cultural. Nunca pensem que estão perdendo tempo com isso. Leiam muito, muito mesmo, sobretudo os clássicos na literatura, na filosofia e na história.
Sugiro que não se contentem com o óbvio, se provoquem o tempo todo e não deixem que a vaidade comande os seus passos profissionais. Aconselho também que recusem a máxima que diz que "aquilo que não se pode medir não existe".
Livro-chave: Para contribuir para uma boa formação: "Instituições, Mudança Institucional e Desempenho Econômico", de Douglas North.
Fabio Giambiagi, economista do BNDES
O economista Fabio Giambiagi, ex-professor da UFRJ e da PUC-Rio, e, hoje, chefe do Departamento de Risco de Mercado do BNDES, lembra aos iniciantes na carreira que "ser tecnicamente sólido não significa ser hermético".
Conselho: Sempre tentar conciliar o rigor técnico com a capacidade explicativa.
Frase: "Meu maior orgulho aos 80 anos é saber metade do que pensava saber aos 20" (Pablo Picasso). Livro: "A Lanterna na Popa", de Roberto Campos, editora Topbooks.
Eliana Cardoso, economista e professora da Fundação Getúlio Vargas
"Ao aluno em dúvida sobre escolhas que deve fazer, digo que o melhor é tentar enxergar quem ele gostaria de ser dentro de 20 anos ou no fim da vida", relata a professora Eliana Cardoso.
Conselhos: Se o estudante for capaz de se ver no futuro, o próximo passo é descobrir o que fazer para chegar onde deseja. O importante é entender as próprias necessidades e encontrar a forma de viver com elas.
Livro: Sugiro ler muitos autores e comparar perspectivas. Um título ao acaso, que indico por ser dispensável, mas que tem o mérito de colocar em perspectiva inovações que muitos acreditam que são de hoje: " The Origins of Value: The Financial Innovations that Created Modern Capital Markets". Reúne artigos de grandes economistas, da Universidade de Yale.
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