Com eleição, mão de obra perde ritmo na construção pesada
Maria Cristina Frias
Folha de S.Paulo - 06/09/2010
A chegada das eleições desacelerou o ritmo de contratação de mão de obra para a construção de grandes projetos nos últimos meses.
Em julho, pelo quarto mês consecutivo, o nível de emprego na construção pesada registrou queda no Estado de São Paulo. As empresas do setor contabilizaram 81.566 empregados no mês.
Desde março, já foram demitidos mais de 4.000 trabalhadores, segundo levantamento realizado pelo Sinicesp (Sindicato da Indústria da Construção Pesada do Estado de São Paulo).
Com a proximidade do período eleitoral, o andamento das obras costuma ser acelerado para que os empreendimentos sejam inaugurados antes do início da propaganda dos candidatos.
A liberação de um novo lote de licitações, porém, já é esperada pelo mercado.
"As quedas foram registradas em virtude do término de muitas obras, como as do Rodoanel. As nossas expectativas, no entanto, são de que o nível de emprego voltará a subir com novas licitações que devem chegar nas próximas semanas", afirma o presidente do Sinicesp, Marlus Renato Dall'Stella.
Na comparação com julho de 2009, ano que teve queda devido a reflexos da crise internacional, a diferença neste ano é de apenas 1.363 trabalhadores a mais.
Equação Os ativos da carteira da indústria de previdência privada aberta atingiram R$ 201 bilhões em julho, alta de 22,15% ante julho de 2009, segundo a Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida). A entidade promove, nos dias 15 e 16, um fórum nacional, em SP.
Reforma... O Conselho Diretor da Interfarma (da indústria de pesquisa) aprovou a revisão de seu estatuto para abrir a entidade a outros segmentos voltados à pesquisa em saúde humana.
...na pesquisa Agora podem fazer parte da Interfarma empresas e pesquisadores nacionais, universidades, pessoas físicas, entre outros.
MADEIRA TROPICAL
A paulista IndusParquet, fabricante de pisos de madeira maciça, acaba de abrir um centro de distribuição em Miami para atender o mercado norte-americano.
Desde 1990, a empresa vinha fornecendo pisos para o país, mas por meio de representantes. "Apesar da turbulência no mercado norte-americano, enxergamos uma rápida recuperação econômica no nosso segmento", afirma Dimas Gonçalves, CEO da empresa.
O centro de distribuição recebeu investimento inicial de US$ 10 milhões.
A companhia possui 12 distribuidores no país, que atendem 5.000 pontos de venda. "No primeiro ano, a meta é vender 40 mil m2 de piso por mês. Em julho de 2012, devemos recuperar o nível pré-crise, que era de 100 mil m2", diz Gonçalves.
O mercado interno de pisos também está aquecido, puxado pelos lançamentos imobiliários. "Nos próximos 36 meses, ainda devemos ter uma demanda muito forte, principalmente em São Paulo, Rio e Porto Alegre."
TELA ESPELHADA
A alemã Ad Notam, que produz TV em espelhos, chega ao Brasil.
O empresário Celso Bruschi, representante exclusivo da companhia no país e na América do Sul, trouxe o sistema "Magic Mirror".
"A tela da TV tem 1,8 cm de espessura. À prova de umidade, pode ser usada em sauna, banheiro e barco", explica Bruschi.
Os modelos vão de sete a 82 polegadas, que custam R$ 6.290 e R$ 311 mil, respectivamente.
"O grande diferencial é que não é uma simples TV, é um objeto de arte, com design exclusivo. Pode ser uma parede inteira de espelho com uma TV em um canto, por exemplo."
O empresário já fechou negócios com redes moveleiras, que estão inserindo o produto nas suas linhas.
Fora do Brasil, o primeiro negócio será no Uruguai. "Vamos colocar 116 aparelhos no Hotel Casino Carrasco", afirma Bruschi.
Mercado interno impulsiona indústria de alimentos
As vendas das indústrias da alimentação no Brasil apresentaram crescimento de 5,97% no acumulado de 12 meses até julho, de acordo com pesquisa da Abia (Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação).
O aumento está baseado no mercado interno, puxado pelo segmento de supermercados, que representa cerca de 78% do setor, segundo Denis Ribeiro, diretor da associação. Os estabelecimentos de "food service" (alimentação fora de casa) complementam a demanda.
O número de empregos também aumentou no período, com alta de 2,41%, e o salário médio real teve alta de 1,22% nos 12 meses.
O problema, diz Ribeiro, é o mercado externo, que segue desacelerado, embora esteja melhor que em 2009.
"A exportação está devagar e o real valorizado dificulta a manutenção de contratos", afirma Ribeiro.
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