quarta-feira, agosto 18, 2010

ROSELY BOSCHINI

Um convite à leitura
ROSELY BOSCHINI
FOLHA DE SÃO PAULO - 18/08/10 

O maior investimento em novos títulos é estratégia inteligente, estimulando o surgimento de autores, bem como a produção intelectual 



A 21ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que começou no dia 12 e vai até o dia 22 de agosto, no Pavilhão de Exposições do Anhembi, deverá ser a maior dentre todas as edições do evento.
Ocupa área de 60 mil metros quadrados, o equivalente a oito campos de futebol, e reúne 350 expositores do Brasil e do exterior, representando 900 selos editoriais. Com diversificada programação cultural, insere-se entre as ações da Câmara Brasileira do Livro (CBL) para a democratização da leitura e ampliação da base de leitores. A organização foi delegada à Reed Exhibitions Alcantara Machado.
Conceituados profissionais são curadores das atividades culturais, de modo a enriquecer a programação, que foca quatro temas principais: Monteiro Lobato, Clarice Lispector, lusofonia e livro digital.
Outra novidade é o Espaço Gourmet, cuja temática é "Cozinhando com Palavras". Renomados chefs que já escreveram livros ministram aulas ao público. Os espaços já tradicionais também apresentam inovações. O Salão de Ideias, por exemplo, teve seu conteúdo repensado e ampliado.
São 40 mesas, quatro por dia, nas quais escritores nacionais e internacionais discutem temas diversos com plateias de 200 pessoas.
Há, ainda, o Espaço do Professor, visando capacitar docentes a trabalhar com livros de literatura em sala de aula, e atividades infantis, para proporcionar entretenimento e incentivar o gosto pela leitura nas crianças.
Exemplos: os espaços "O livro é uma viagem", organizado pelo Instituto Pró-Livro, e "Fábulas com a Turma da Mônica", com curadoria de Mauricio de Sousa.
A 21ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo também é uma resposta positiva da CBL à evolução do mercado e da economia brasileira. A conjuntura positiva para o segmento já era visível na pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, que identificou, em sua última edição, a existência de 95 milhões de leitores no país e um índice de leitura de 3,7 títulos por habitante/ano.
De 2006 a 2008, foram lançados aproximadamente 57 mil novos títulos e impressos cerca de 690 milhões de exemplares, conforme a pesquisa Produção e Vendas do Mercado Editoria, feita pela Fipe/ USP para a CBL e o Snel (Sindicato Nacional dos Editores de Livros).
O maior investimento em novos títulos é uma estratégia inteligente, estimulando o surgimento de autores e a produção intelectual.
Também é relevante a queda de preços dos livros, de 2004 a 2008: 24,5% no segmento de didáticos; 22,4% no de obras gerais; 38% no de religiosos; e 23,3% no de científicos, técnicos e profissionais.
Além do cenário favorável, a Bienal Internacional do Livro de São Paulo é um evento que sempre estimula o surgimento de novos leitores, meta prioritária da CBL.
Dessa maneira, contribui para que o ingresso definitivo do Brasil na sociedade do conhecimento estabeleça um novo patamar de prosperidade socioeconômica, cidadania e inclusão social.


ROSELY BOSCHINI, empresária, é presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL)

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