Andrade Gutierrez fecha renegociação no Equador
Maria Cristina Frias
Folha de S.Paulo - 18/08/2010
A Andrade Gutierrez Concessões renegociou o contrato de concessão do Aeroporto de Quito, no Equador.
Um acordo de aliança estratégica, que encerrou o impasse criado, foi assinado em Quito entre o governo equatoriano, a concessionária, seus acionistas e os financiadores da concessão.
A Andrade Gutierrez entrou no projeto, já em andamento, para atuar como concessionária no aeroporto existente na capital, em 2004, quando negociou a participação com antigos acionistas da concessão.
A companhia também investe na construção de um novo aeroporto, que ficaria sob sua administração.
Com a chegada ao poder de Rafael Correa e com a alta da movimentação do aeroporto, o governo de Equador quis rediscutir a participação da Andrade Gutierrez.
Durante o período de negociação, os bancos que financiavam o projeto pararam de enviar dinheiro e as obras do novo aeroporto desaceleraram muito.
Apesar de outra grande empresas brasileira ter esbarrado em problemas com a administração equatoriana, para a Andrade Gutierrez Concessões, a reivindicação do governo de Rafael Correa se justificava, segundo Monteiro.
"O aeroporto existente é um ativo deles e houve aumento para dois dígitos do tráfego. Era natural que pedissem a renegociação. Nós teríamos feito o mesmo", afirma Monteiro.
A principal mudança, segundo o executivo, foi que "antes pagávamos 8% dos resultados econômicos do projeto e passaremos a pagar 26%, quando o aeroporto estiver pronto".
A construção do novo aeroporto, que fica a cerca de 20 km de Quito e deverá estar pronto em abril de 2012, será financiada por dívida com bancos, aporte dos acionistas e com recursos oriundos do aeroporto existente.
"Os problemas regulatórios já duravam um ano e a assinatura foi um passo decisivo para a reestabilização do projeto", diz Frederico Dieterich, sócio do escritório de advocacia Azevedo Sette, que assessorou a empresa.
"Quero retomar lado empreendedor", afirma Cox
O presidente da Claro, João Cox, demitiu-se ontem da operadora de telefonia celular controlada pelo grupo mexicano América Móvil.
Cox afirma querer desenvolver seu lado empreendedor e ficar mais com a família. Em seu lugar, no próximo dia 30, assume o mexicano Carlos Zenteno de los Santos, 40, presidente da empresa na Argentina, no Uruguai e no Paraguai há seis anos.
"Quero me divertir, retomar empreendimentos em que tive pequena participação nas áreas imobiliária e de tecnologia", diz Cox, que ficou quatro anos na Claro.
"O que me conforta é que não prejudicarei ninguém; não poderia tomar essa atitude se a situação fosse outra", disse em alusão ao bom momento da operadora, que está na vice-liderança do mercado, e viu seu Ebitda, antes negativo, aumentar em mais de 10 vezes e alcançar R$ 3 bilhões na gestão de Cox.
Mãos a... Está em construção no IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) um laboratório de ensaios pesados que vai operar a partir de 2011, com investimentos de R$ 21,7 milhões. Atuará no suporte técnico, principalmente à Petrobras, em exploração e produção de petróleo do pré-sal.
...obra A Petrobras participa do projeto com R$ 9,4 milhões para a compra de equipamentos e o governo de São Paulo, com R$ 8,5 milhões para a construção do prédio no campus do IPT. Os outros R$ 3,8 milhões que completam o montante envolvem investimentos já feitos em equipamentos, com recursos da Finep e de empresas privadas.
BOA SAFRA
A vinícola chilena Santa Carolina investe no potencial do mercado brasileiro. O país é o terceiro mercado para a empresa, só perde para Canadá e Inglaterra. "O consumo de vinho cresce no país. O brasileiro está aprendendo mais sobre a bebida e buscando produtos de melhor qualidade", diz Santiago Larraín, presidente da vinícola. Em 2009, o país importou 2,5 milhões de garrafas da empresa, e a expectativa é chegar a 3 milhões no final deste ano. "Dentro de quatro ou cinco anos, o Brasil poderá se tornar o segundo ou até o primeiro mercado para nós." A crise na Europa fez com que as vendas da empresa caíssem para o continente. Entretanto, segundo Larraín, com o aumento das compras do mercado asiático, a empresa projeta crescimento de 30% a 35% para este ano. O executivo veio ao Brasil para o lançamento de um vinho top da vinícola, o Herencia, que irá custar R$ 400 para o consumidor.
DESELEGÂNCIA DISCRETA DE SP
A cidade de São Paulo perdeu cinco posições no ranking mundial da moda e não figura mais entre as dez primeiras do setor, segundo pesquisa anual da Global Language Monitor, empresa americana que monitora o segmento a partir de citações em veículos de mídia.
No nicho de biquínis, a capital paulista também perdeu a liderança, conquistada por Miami. Apesar das quedas, São Paulo continua líder na América Latina e está na frente do Rio de Janeiro, de Buenos Aires, de Santiago e da Cidade do México.
O título de "Capital do Mundo da Moda" ficou com a cidade de Nova York, que desbancou Milão, primeiro lugar do ano passado.
Esta foi a primeira vez que os quatro endereços tradicionais da moda mundial (Nova York, Paris, Milão e Roma) não dominaram o topo da listagem do setor.
Milão perdeu a liderança e caiu para a sexta posição. Roma saiu do quarto lugar para ocupar o 22º.
GRAVATA E CAPACETE
Um grupo de motoqueiros engravatados começa a circular por São Paulo para fazer serviço de entrega de documentos. Os motoboys, que têm segundo grau completo -alguns cursam universidade- são da Pacer Logística, de terceirização. O atendimento já foi lançado no Rio. Com salário 20% acima do mercado, os profissionais têm serviço diferenciado, segundo Alexandre Caldas, sócio-diretor da empresa. "Eles sabem fazer trabalho de fórum e dar entrada em documentos."
Economista... Marcos de Barros Lisboa, vice-presidente de riscos operacionais do Itaú Unibanco e associado ao Ietis (Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade), foi eleito "Economista do Ano 2010".
...premiado O título, concedido pela Ordem dos Economistas do Brasil e pelos conselhos da área no país, será entregue dia 23, em São Paulo.
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