A dona dos sonhos
LUIZ GARCIA
O GLOBO - 29/06/10
A Copa do Mundo de 1950, no Brasil, foi a primeira desde 1938. Tivemos mais de uma década inteira sem ela devido a outra disputa: a série de acontecimentos desagradáveis reunidos sob o rótulo de Segunda Guerra Mundial.
De então até hoje, o planeta não deixou de tentar resolver seus conflitos pela violência das armas, mas nunca mais, se isso vale alguma coisa, a guerra tirou o futebol de campo.
Lembro-me bem da primeira Copa do Maracanã. O estádio já nascera como o maior do mundo, mas foi inaugurado ainda na base do semipronto.
A seleção brasileira, como a gente acabou descobrindo, também estava semipronta. Na etapa final, deu de sete na Suécia e de seis na Espanha.
Para os cartolas e para os jornais, o jogo final seria a consagração do elenco, com os uruguaios fazendo discreta figuração. Deu no que deu.
Nunca mais caímos na fantasia de que os gringos não são de nada. Esta semana, quando mais uma vez entramos na chamada reta final, não há um só brasileiro soltando foguete antes da hora — tanto nas ruas como nas páginas dos jornais e nas telas da televisão.
Também podem conferir: mesmo com o resultado do jogo de ontem, nenhum oráculo da mídia ousou se enrolar na bandeira e sair gritando que a Copa está no papo, como aconteceu em 1950. Todo mundo sabe que não está. Pode acontecer de ganharmos até o fim — temos time para isso — e podemos ficar pelo caminho.
Outros têm times para isso.
O torcedor tem todo o direito de sonhar alto e confiar um tanto. Mas não é saudável nem prudente imaginar, como em 1950, que os gringos não são de nada. O futebol ganhou todos os continentes por dois motivos.
Primeiro, porque é o esporte coletivo mais lindo e emocionante que o homem soube inventar; depois, porque pode ser assimilado por todos os povos, todas as culturas. Nenhum país, nenhum continente é dono da bola. Ela é que é dona dos sonhos de todo mundo.
De então até hoje, o planeta não deixou de tentar resolver seus conflitos pela violência das armas, mas nunca mais, se isso vale alguma coisa, a guerra tirou o futebol de campo.
Lembro-me bem da primeira Copa do Maracanã. O estádio já nascera como o maior do mundo, mas foi inaugurado ainda na base do semipronto.
A seleção brasileira, como a gente acabou descobrindo, também estava semipronta. Na etapa final, deu de sete na Suécia e de seis na Espanha.
Para os cartolas e para os jornais, o jogo final seria a consagração do elenco, com os uruguaios fazendo discreta figuração. Deu no que deu.
Nunca mais caímos na fantasia de que os gringos não são de nada. Esta semana, quando mais uma vez entramos na chamada reta final, não há um só brasileiro soltando foguete antes da hora — tanto nas ruas como nas páginas dos jornais e nas telas da televisão.
Também podem conferir: mesmo com o resultado do jogo de ontem, nenhum oráculo da mídia ousou se enrolar na bandeira e sair gritando que a Copa está no papo, como aconteceu em 1950. Todo mundo sabe que não está. Pode acontecer de ganharmos até o fim — temos time para isso — e podemos ficar pelo caminho.
Outros têm times para isso.
O torcedor tem todo o direito de sonhar alto e confiar um tanto. Mas não é saudável nem prudente imaginar, como em 1950, que os gringos não são de nada. O futebol ganhou todos os continentes por dois motivos.
Primeiro, porque é o esporte coletivo mais lindo e emocionante que o homem soube inventar; depois, porque pode ser assimilado por todos os povos, todas as culturas. Nenhum país, nenhum continente é dono da bola. Ela é que é dona dos sonhos de todo mundo.
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