Serra: “Eleição é uma escolha sobre o futuro”
sábado, 10 de abril de 2010
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O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, subiu ao palco aos gritos de “Olê, olê, olê, olá, Serra, Serra”, assim como os militantes petistas cantavam para Lula na campanha de 1989. O tucano iniciou pedindo um minuto de silêncio em homenagem aos mortos na tragédia do Rio de Janeiro e, em seguida, disse que daria um abraço mais apertado em Aécio Neves, governador de Minas Gerais.
Seu discurso foi abrangente, mas José Serra fez questão de lembrar sua origem humilde e destacar cada parte de sua trajetória política, desde a luta contra o regime militar até o exílio no exterior, além de suas realizações como político já no país redemocratizado. “Sou sobrevivente do Estádio Nacional de Santiago, onde muitos morreram. Por algum motivo, Deus permitiu que eu saísse de lá com vida”. O tucano disse estar pronto para a disputa eleitoral. “Uma caminhada que vai ser longa e difícil, mas que com a ajuda de Deus e com a força do povo brasileiro será com certeza vitoriosa”.
José Serra destacou as melhorias do país nos últimos 25 anos. “Com o Plano Real, o Brasil transformou sua economia a favor do povo, controlou a inflação, melhorou a renda e a vida dos mais pobres, inaugurou uma nova Era no Brasil”. No entanto, fez questão de dizer que as mudanças não foram responsabilidade de “um único homem, ou um único governo. Mas, se avançamos, também devemos admitir que ainda falta muito por fazer”.
O candidato, porém, disse que não aceita o raciocínio “nós contra eles”, em referência às comparações entre governos tucano e petista, e disse que isso não cabe na vida de uma nação. “Somos todos irmãos na pátria. Lutamos pela união dos brasileiros e não pela sua divisão”.
Educação, segurança e saúde também foram temas abordados no discurso de José Serra, que repetiu diversas passagens de sua fala no evento em São Paulo, no Palácio dos Bandeirantes, há algumas semanas. Sobre segurança, afirmou que o maior problema do Brasil é a “certeza da impunidade” e voltou a dizer que na segurança e na Justiça do Brasil “também se pode mais”. “Saúde é vida, Segurança também. Por isso, o governo federal deve assumir mais responsabilidades face à gravidade da situação. E não tirar o corpo fora porque a Constituição atribui aos governos estaduais a competência principal nessa área”.
Indiretamente, Serra fez uma crítica ao governo Lula, quando disse que “democracias não têm operários morrendo por greve de fome quando discordam do regime”. E completou, “quanto mais mentiras os adversários disserem sobre nós, mais verdades diremos sobre eles”.
Já no fim do discurso, Serra citou o escritor Guimarães Rosa, que escreveu: “O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem”. ”Concordo”, disse o tucano. “É da coragem que a vida quer que nós precisamos agora. Coragem para fazer um projeto de país, com sonhos, convicções e com o apoio da maioria. Juntos, vamos construir o Brasil que queremos, mais justo e mais generoso. Eleição é uma escolha sobre o futuro. Olhando pra frente, sem picuinhas, sem mesquinharias, eu me coloco diante do Brasil, hoje, com minha biografia, minha história política e com esperança no nosso futuro. E determinado a fazer a minha parte para construir um Brasil melhor. Quero ser o presidente da união. Vamos juntos, brasileiros e brasileiras, porque o Brasil pode mais”.
ÀS 13h25, José Serra encerrou o seu discurso, com aplausos e jingles da campanha tucana, que começa hoje.
(Marina Dias e Fernando Mello, de Brasília)
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