Alvo preferencial
RENATA LO PRETE
FOLHA DE SÃO PAULO - 02/01/09
Em meio à saia-justa de Lula com os militares sobre o terceiro Programa Nacional de Direitos Humanos, a oposição tentará fazer com que a polêmica chegue à ministra-candidata Dilma Rousseff. O PPS preparou um pedido de informações para que ela se pronuncie sobre o episódio. "Dizem que Lula não conhecia o texto, e o que acabou publicado, segundo os militares, não era o acordado. Das duas uma: ou o presidente de fato concordou com a redação, ou a Casa Civil, última instância por onde passa este tipo de documento até sua publicação, vendeu gato por lebre", diz o deputado Raul Jungmann (PE). Os oposicionistas ainda tentam fazer colar a ideia de que Dilma não pode arbitrar o conflito pelo seu passado de guerrilheira.
Bases 1. Extrato da pesquisa Datafolha sobre o ranking das personalidades mais confiáveis do país mostra que a avaliação de José Serra (PSDB), cuja nota média foi de 6,23, sobe junto da idade do eleitor, atingindo pico a partir dos 45 anos. O tucano também tem desempenho melhor entre as mulheres.
Bases 2. Já os índices de Dilma Rousseff (média de 5,4) são melhores entre os homens do que com as mulheres. Ela tem desempenho irregular nas diferentes faixas etárias: as notas mais altas foram dadas por eleitores jovens (de 16 a 24 anos) e no recorte entre 45 e 59 anos.
Faixa. Os percentuais da candidata verde Marina Silva (AC) disparam entre os entrevistados que afirmaram ter nível superior e ganhar mais de dez salários mínimos.
Tira-gosto. O telespectador de São Paulo viu, na passagem do ano, uma espécie de trailer da campanha eleitoral. Revezam-se no horário nobre um comercial do governo Serra sobre realizações nos transportes e outro do Banco do Brasil sobre conquistas recentes do país que, na prática, funciona como propaganda do governo federal.
Telemarketing. Prefeitos do PT em São Paulo foram surpreendidos antes da virada do ano com um telefonema do senador Eduardo Suplicy, que buscava apoio para tentar consolidar seu nome como pré-candidato ao governo.
Muito a perder. Não obstante os 22% de Netinho de Paula (PC do B) no Datafolha para o Senado, concorrentes se perguntam se o cantor-vereador está mesmo disposto a abrir mão de seu polpudo contrato com o SBT para abraçar a empreitada.
Corpo a corpo. O governador de Alagoas, Teotônio Vilela Filho (PSDB), resolveu testar a popularidade na véspera do Ano Novo. De sunga, cumprimentou o público num quiosque da praia de Ponta Verde, em Maceió.
Ressaca. Do ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) no Twitter, trocando figurinhas com o colega de Esplanada Paulo Bernardo (Planejamento) sobre a noite da virada: "Já se foi meu tempo em que o que mais doía pós-Revéillon era a cabeça. Tô começando a era de dores no joelho e tornozelo. Culpa do VJ que era muito bom".
Trio. Tudo caminha para que o PT não tenha candidato ao Senado pela Bahia em 2010. Aliados do governador Jaques Wagner não escondem que a chapa ideal para o petista teria a dupla Otto Alencar, do PP, e César Borges, do PR.
Longe do fim. Quem acompanha de perto a construção do palanque presidencial tucano em Santa Catarina diz que muita água ainda vai rolar antes de se saber se o candidato ao governo será Raimundo Colombo (DEM) ou Leonel Pavan (PSDB).
Mandinga. Ainda sob o fogo cruzado do Arrudagate em Brasília, um deputado do DEM incluiu em sua mensagem de fim de ano votos para que 2010 "seja um ano ético".
com SILVIO NAVARRO e LETÍCIA SANDER
Tiroteio
"Em meio à tragédia, causa perplexidade o fato de o prefeito de Angra sequer ter conseguido localizar o governador nas primeiras horas."
Do deputado RODRIGO MAIA (RJ), presidente do DEM, sobre a ausência de Sérgio Cabral (PMDB) durante boa parte do dia para acompanhar os deslizamentos de terra que provocaram mortes no Estado.
Contraponto
Sem censura A ex-deputada Denise Frossard (PPS-RJ) presidia uma reunião da subcomissão de Contratos da CPI dos Correios, em 2005, quando precisou se ausentar da sessão. Sentado ao seu lado, José Eduardo Cardozo (PT-SP), que tinha o cargo de relator, foi convocado a exercer também a função de Frossard por alguns minutos.
-Você é suficientemente isento para enfeixar em mãos essa dúplice função-, brincou a deputada.
Cardozo não perdeu a piada:
-O problema vai ser quando eu tiver que indeferir minhas próprias perguntas... Ficarei bastante intimidado!
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