sábado, janeiro 02, 2010

GIORA BECHER

Querem a paz?

O GLOBO - 02/01/10


O compromisso com a paz tem sido o objetivo central dos governos de Israel desde a criação de nosso Estado, em 1948. Se por um lado os esforços resultaram na conclusão de acordos com o Egito e a Jordânia, por outro as tentativas de paz com os vizinhos palestinos têm sido repetidamente rechaçadas.

Em discurso na Universidade BarIlan, em junho de 2009, o primeiro-ministro Netanyahu declarou claramente sua aceitação de um estado-nação palestino em paz e segurança. Líderes dos EUA e da Europa elogiaram. Infelizmente, o discurso de Netanyahu foi rejeitado pelos palestinos.

Na 6aconferência do Fatah, resolveuse “adotar todas as formas legítimas de luta” contra Israel, além de “ser criativo ao buscar novas maneiras de luta e resistência”.

Apesar disso, Netanyahu tem reiterado o chamado à paz com os palestinos.

O governo de Israel reconhece que o chamado do Estado palestino à paz é necessário, mas não é o suficiente, e implementou medidas mais abrangentes para melhorar o clima político e para o avanço da reconciliação. Os passos tomados por Israel incluem medidas para aumentar a liberdade de movimento dentro da Cisjordânia e entre a Cisjordânia e Israel, como a remoção de postos de controle e barreiras, cooperação de perto com a Autoridade Palestina na construção da capacidade das forças de segurança civis palestinas e na melhoria da coordenação entre Israel e os serviços de segurança palestinos.

Estas medidas contribuíram com as estatísticas impressionantes e encorajadoras do Banco Mundial, que mostram um aumento de 8% de crescimento anual na economia da Cisjordânia.

Apesar de a vida na Cisjordânia ter melhorado significativamente, como resultado desses esforços israelenses, os líderes palestinos continuam com uma campanha internacional para tirar a legitimidade de Israel, prejudicar sua economia e minar sua habilidade para se defender. Na citada conferência do Fatah foi adotada uma plataforma conclamando “o boicote de todos os produtos e instituições israelenses dentro dos territórios e no exterior”.

Em novembro de 2009, o governo israelense anunciou uma moratória, sem precedentes, de dez meses, na construção de um conjunto habitacional na Cisjordânia, que Netanyahu considerou um passo “objetivando encorajar o retorno das conversações de paz” e “uma oportunidade” no caminho da paz.

Infelizmente, o porta-voz palestino rejeitou a moratória. Já demonstramos, com palavras e ações, nosso comprometimento para avançar com a paz e estamos dispostos a fazer as concessões necessárias. A rejeição às iniciativas, e a recusa de negociar, deixa Israel pensando se de fato seus vizinhos estão comprometidos com a paz.

GIORA BECHER é embaixador de Israel no Brasil.

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