segunda-feira, janeiro 18, 2010

BILL CLINTON E GEORGE W. BUSH

Há razões para ter esperança no Haiti

O ESTADO DE SÃO PAULO - 18/01/10



No fim de semana, o presidente Barack Obama nos pediu para ficarmos à frente dos esforços para levantar fundos no setor privado após o terremoto de 7 graus na escala Richter que devastou o Haiti. Ficamos contentes de responder a seu apelo.

Em nossas carreiras no serviço público, testemunhamos em primeira mão a impressionante generosidade dos americanos frente à calamidade. Dos atentados em Oklahoma City ao 11 de Setembro, do tsunami na Ásia ao furacão Katrina, os americanos se mobilizaram para enfrentar os desastres - naturais ou artificiais, domésticos ou não - com a determinação e a compaixão que definem nossa nação desde a fundação.

Após o tsunami, os americanos doaram mais de US$ 1 bilhão para o povo do sul da Ásia. Estima-se que o terremoto no Haiti tenha impactado quase 3 milhões de pessoas - 30% da população. E o povo americano responderá de novo.

Com os avanços na tecnologia, a concessão da ajuda é hoje mais fácil do que nunca. Organizações como a Cruz Vermelha ficaram espantadas com a quantidade de dinheiro que está entrando num esforço de levantamento de fundos inovador que permite que usuários de telefones celulares autorizem, por texto, uma doação de US$ 10 que será acrescentada às contas de seus celulares.

O Departamento de Estado levantou mais de US$ 1 milhão nas primeiras 24 horas, com outros milhões chegando nos dias que se seguiram ao terremoto de terça-feira. Esse dinheiro está sendo canalizado para organizações de caridade confiáveis com longa experiência em alívio de desastres, assegurando o bom uso do dinheiro.

Nossa prioridade será levantar fundos para atender às necessidades urgentes dos que estão feridos, sem lar e famintos, e garantir que as organizações e trabalhadores humanitários tenham os recursos para fazer efetivamente seu trabalho.

Nas duas primeiras semanas, as necessidades são muito simples: comida, água, abrigo, suprimentos para primeiros socorros. Quando os trabalhadores de equipes de socorro tiverem revirado todos os escombros e cada pessoa - viva ou morta - tiver sido recuperada, quando as ruas forem limpas e as comunicações e a energia, restauradas, o Haiti terá de ficar sobre seus pés novamente.

Quando a reconstrução começar, precisaremos de mais apoio para deixar o Haiti mais forte do que sempre esteve: novas e melhores escolas; edifícios mais sólidos e mais seguros que possam suportar futuros desastres naturais; soluções que enfrentem as desigualdades na assistência à saúde e educação; indústrias novas e diversificadas que criem empregos e promovam oportunidades para um comércio maior; e o desenvolvimento de energia limpa.

Esperança
Há muitas razões para haver esperanças. Pela primeira vez, o governo do Haiti está comprometido com a construção de uma economia moderna e tem um plano econômico abrangente para criar empregos.

Os líderes haitianos mostraram determinação para enfrentar os desafios da aids. Há mais ONGs no Haiti do que em qualquer outro país, exceto na Índia. Os membros da diáspora haitiana estão envolvidos e comprometidos com o futuro de seu país natal. E a atenção do mundo está concentrada na pequena nação insular, que por muito tempo foi negligenciada.

Não devemos esquecer os danos causados e as vidas perdidas, mas temos a chance de ser um vizinho melhor do que fomos. Mas precisamos mais do que o simples apoio de governos - precisamos da inovação e recursos de empresas; do conhecimento das ONGs, incluindo de grupos que têm a fé como base; e da generosidade de indivíduos para preencher as lacunas. Visitem www.clintonbushhaitifund.org para fazer doações e conheçam os esforços.
É o mínimo que podemos fazer, e é o mínimo que o povo do Haiti merece. Fazendo o melhor que pudermos, podemos ajudar o Haiti a se tornar o melhor possível.
* Bill Clinton foi o 42.º presidente dos Estados Unidos e George W. Bush, o 43.º

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