Foi assim, por exemplo, em meu último artigo de 2007 quando, inspirado pelo sistema de metas de inflação adotado com sucesso pelos governos - atual e anterior - na eliminação desta nossa histórica inimiga, propus sua utilização para o traçado das metas pessoais de poupança para 2008, dentro do mote "se deu certo para o país, por que não daria certo para você?" (Caso você não o tenha lido, relaxe, pois o próximo artigo trará roteiro para as metas de 2010).
Foi também assim em meados de 2008 quando recebemos o grau de investimento (investment grade) pela agência de risco Standard & Poor's: ao nos classificar neste patamar, a S&P, dentre outras questões, confirmou (1) o mérito da estabilidade econômica; (2) o valor da ortodoxia na manutenção de superávits nas contas públicas; (3) o acerto da Lei de Responsabilidade Fiscal; (4) a vitória da persistência, já que os bons resultados foram fruto do trabalho e sacrifício coletivos, desde o início do Plano Real. Como consequência, restrições que antes afastavam investidores estrangeiros do Brasil deixaram de existir, o que decerto contribuiu para termos nos saído melhor do que muitos outros países, na crise global que se agravou posteriormente. Quantas pessoas, seguindo estes pontos em sua agenda pessoal - orçamento familiar equilibrado, gastos inferiores aos rendimentos, persistência em manter o controle de suas finanças - não passaram a ter também seu investment grade pessoal, contando não apenas com oportunidades mais atraentes de aplicação financeira (quem tem mais normalmente paga taxas menores, por exemplo), mas também com possibilidades de financiamento mais em conta?
Agora, neste fim de 2009, constato com prazer, que o exemplo dado pelo país e divertidamente capitalizado pelo presidente - que como sindicalista militava contra o FMI e agora empresta-lhe dinheiro, viva! - também está sendo seguido por muitos brasileiros, pois, em novembro, a Serasa registrou queda expressiva na inadimplência. Ótima notícia para a virada do ano, pelo menos para aqueles que, como eu, associam educação financeira à qualidade de vida. Posto de outra forma: muita gente que antes iria virar o ano, ou melhor, rolar o ano, atracada com a bola de neve dos juros altos e dos saldos devedores que só fazem crescer, irá curtir a virada com suas contas em ordem e, o que é melhor, com mais dinheiro no bolso (pois não precisará ficar pagando juros) para o ano que entra. Uma maravilha, como diria um grande amigo (que puxa pelo "erre")! Que continuem assim, e que sirvam de exemplo a muitos outros compatriotas que, infelizmente, ainda não fizeram ou fizeram, mas ainda não obtiveram sucesso neste dever de casa.
Mas, como todo cuidado é pouco e a época de festas também não ajuda, não resistirei ao conselho: redobrem a atenção, pois os inimigos - cartões de crédito, prestações e cheques especiais sem controle - estão logo ali, à espreita na próxima promoção!
Um grande abraço natalino e até a próxima semana! |
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