BRASÍLIA - A profecia se autocumpriu. Deu-se a polarização na disputa presidencial. José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) são os protagonistas, segundo a pesquisa Datafolha -de longe a mais completa sobre a sucessão presidencial de 2010, com 11.429 entrevistas, de 14 a 18 deste mês. O tucano Serra venceria qualquer concorrente se a eleição fosse hoje. A petista Dilma consolidou-se em segundo lugar. A escolhida de Lula também ganha de todos na ausência de sua nêmesis paulista. Definiu-se a eleição, então, entre PSDB e PT? Longe disso. O primeiro turno ocorre apenas em 3 de outubro. É impossível fazer previsões com tanta antecedência. Fatores imponderáveis -imprevisíveis, portanto- podem mudar tudo. Em novembro, poucos previam o mensalão do DEM. Varreu-se do mapa em instantes a hipótese de esse partido continuar a sustentar sua tática neoudenista. Hoje, "mensalão" como discurso é um jogo zerado. PT, PSDB, DEM e tantos outros já têm o seu. Anulam-se. Na sucessão presidencial, a longevidade da polarização tucano-petista dependerá da resiliência de seus atores principais. José Serra confrontará seu destino na última semana de março. É quando vence o prazo para se decidir se renuncia ao cargo de governador de São Paulo para disputar o Planalto. Terá de optar entre uma reeleição quase garantida para o Palácio dos Bandeirantes e uma batalha dura pela Presidência da República. Dilma Rousseff é a maior incógnita. Sua pontuação na pesquisa hoje deriva exclusivamente da inoculação da popularidade de Lula. A ministra da Casa Civil nunca disputou uma eleição na vida. Acaba de enfrentar um câncer no sistema linfático. Ninguém sabe como reagirá à pressão diária da campanha. Tudo considerado, Serra e Dilma polarizam hoje. Mas é impossível saber se vão se manter protagonistas até outubro de 2010. |
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