De olho nos cariocas
FOLHA DE SÃO PAULO - 05/10/09
A maioria dessas empresas tem sede em São Paulo, opera em São Paulo, emprega milhões de paulistas e paulistanos e investe seus lucros na própria São Paulo. Como os empresários são pessoas práticas e costumam enxergar maior e mais longe do que nós – ou não seriam empresários –, a vitória do Rio foi uma vitória do Brasil, do qual fazem parte. E como fazem. Espírito de porco não é com eles.
Será uma sacudida na economia e, de um jeito ou de outro, todos ganharão, do vendedor de amendoim na praia e empregado de loja e aos tubarões que construirão os hotéis. Indiretamente, a saúde, a educação, a segurança pública e a habitação serão beneficiadas. Dirão vocês que não é nada disso, que a roubalheira vai campear e os recursos públicos irão para os bolsos privados, porque o carioca, vou te contar.
A turma tem razão. É preciso fiscalizar de perto os cariocas, e não faltará gente para isto. O problema é que, segundo pesquisa Datafolha em todo o país, veiculada ontem no Mais!, 83% dos brasileiros admitem já ter “cometido alguma prática ilegítima”, de sonegar impostos e subornar o fiscal a estacionar em fila dupla e piratear programas de computador.
Como já roubei livro em Paris e às vezes compro pente Flamengo no camelô, considero-me parte desses 83% e, por isso, não tenho moral para vigiar ninguém.
Será uma sacudida na economia e, de um jeito ou de outro, todos ganharão, do vendedor de amendoim na praia e empregado de loja e aos tubarões que construirão os hotéis. Indiretamente, a saúde, a educação, a segurança pública e a habitação serão beneficiadas. Dirão vocês que não é nada disso, que a roubalheira vai campear e os recursos públicos irão para os bolsos privados, porque o carioca, vou te contar.
A turma tem razão. É preciso fiscalizar de perto os cariocas, e não faltará gente para isto. O problema é que, segundo pesquisa Datafolha em todo o país, veiculada ontem no Mais!, 83% dos brasileiros admitem já ter “cometido alguma prática ilegítima”, de sonegar impostos e subornar o fiscal a estacionar em fila dupla e piratear programas de computador.
Como já roubei livro em Paris e às vezes compro pente Flamengo no camelô, considero-me parte desses 83% e, por isso, não tenho moral para vigiar ninguém.
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