Nível Barcelona
O GLOBO - 06/10/09
Antes que me esqueça, Olimpíada não é, em senso estrito, outro nome para a festa: designa apenas o período de quatro anos entre os jogos.
Mas o uso manda mais que os dicionários e, se todo mundo disser que vamos ter uma olimpíada no Rio, podemos ficar tranquilos que é isso mesmo que acontecerá.
Há dois precedentes: a Copa do Mundo de 1950, para a qual foi construído o Maracanã, e, outro dia mesmo, os Jogos Pan-Americanos.
Nestes, não fizemos feio no papel de donos da casa. Inclusive na festa de encerramento, bonita no gramado e sensacional na arquibancada, principalmente quando o povão deixou claro que a festa era sua e não da tribuna de honra.
Há diferença considerável entre jogos olímpicos e Copa: nos jogos não existe país vencedor. O ranking de medalhas é feito pela mídia, e na verdade contraria a própria natureza da festa, que não nasceu para ser uma disputa entre países. Mas ele existe, e todo mundo lhe dá enorme importância.
Se vale o exemplo do Pan, não é exagero dizer que temos perfeitas condições de fazer uma bela festa. Inclusive porque, no nível de estado e município, a competência é — talvez seja melhor dizer que parece ser — bem maior hoje do que então. Quer dizer, podemos ter razoável esperança de que faremos uma festa bonita e que, depois que as visitas forem embora, sobrará muita coisa boa e bem feita para os donos da casa. Principalmente em termos de transportes públicos e moradia. Bem diferente do que aconteceu no Pan, portanto.
Governador e prefeito podem ter certeza de que sua competência será julgada nas duas áreas: e o julgamento realmente definitivo da opinião pública, é bom repetir, será sobre mudanças na vida e na face do Rio.
O carioca não abre mão: senhores, façam Jogos Olímpicos que impressionem todo mundo e embasbaquem depois o planeta mostrando a beleza em que se transformou a sede da festa. Nível Barcelona, no mínimo.
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