Ataque de nervos
O GLOBO - 09/09/09
Ainda bem que eu — graças a Deus!!! — não tenho obrigação de presenciar conversas tão sem graça, tão desprovidas de ilustração, de interesse, de algo instrutivo ou de algum conteúdo humano, quanto as conversas dessas tais entrevistas.
Se tivesse a obrigação, talvez lembrasse que não é só a defesa argentina que tem se mostrado frágil, mas também seu meio de campo e até o ataque. Pois foi o que vimos no jogo de sábado — sem querer desmerecer o que Dunga tem produzido na seleção brasileira.
Se já não sinto mais tanto prazer com o jogo da atual seleção brasileira, mesmo vencendo, em comparação a seleções brasileiras de épocas variadas que vi jogar, pior ainda é a comparação entre as diversas seleções argentinas. Não é à toa que a de hoje anda em situação desconfortável na classificação para a Copa.
Messi, um dos melhores jogadores do mundo, está sendo criticado, mas eu, por exemplo, tenho pena de sua solidão no time. E fico também um pouco chocado com elogios que lia e ouvia em relação à dupla Tevez-Mascherano, quando atuava no Corinthians. Tevez, é verdade, ainda vi jogar bem na época. Mas, em relação a Mascherano, cheguei a me considerar um intruso no círculo do futebol, ou um neófito, diante das apaixonadas louvações ao seu futebol de pontapés.
No mais, a seleção argentina tem (bons) jogadores fazendo força para chegar aos 40 anos ainda em atividade, e mais nada. Torço para que se classifique, porque, bem ou mal, da mesma forma que a brasileira, mal ou bem, faz muita falta a qualquer Copa.
Neste momento, porém, a seleção argentina só faz falta aqui porque a qualidade do futebol nas eliminatórias sul-americanas é algo absolutamente lamentável.
Pontapés de Mascherano... E os pontapés de Aírton e Willians, do Flamengo, sem falar em David, que jogou durante pouco tempo domingo.
Diz o Flamengo que Willians será multado por mais uma expulsão. Não creio que multas a jogadores tenham qualquer efeito prático na mudança de comportamento desses jogadores. Assim como não creio que suspender juízes de futebol por um e dois joguinhos, ou por três semaninhas, possa ensinar esses mesmos juízes a apitar jogo de futebol.
Acredito numa conversa séria, numa chamada, num pedido de explicação, numa cobrança, numa exigência severa de que o jogador mude de comportamento e de que o juiz imponha sua autoridade (???) para coibir, por exemplo, a violência no campo e os gestos tresloucados de técnicos à beira deles.
Mas, nos dois casos, é exatamente autoridade o que falta, seja no departamento de futebol do Flamengo, seja na comissão de arbitragem da CBF.
Uma velha (e sábia) raposa do futebol, de laços estreitos com o Tricolor das Laranjeiras, diz que o antigo e grande Clássico Vovô, entre Fluminense e Botafogo, já está sendo chamado de Clássico Gagá.
Vamos ter um no próximo domingo. Será que os seguintes serão na Segunda Divisão? Ela (a raposa) e eu torcemos para que não seja, mas está difícil.
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