A solenidade de lançamento das regras do pré-sal até que ia bem, com Dilma mostrando densidade e liderança sobre o processo, sem resvalar para o tom de palanque. Aí... veio Lula. Em seu discurso, sem gafes e sem metáforas, ele disse que os recursos do pré-sal são de todos os eleitores, ops!, do operário, do lavrador, do intelectual, do servidor público. E que o país tem democracia estável, economia sofisticada e plenas condições para usar parte da renda do petróleo para aprofundar o combate às desigualdades. Também fez rasgados elogios à Petrobras e alertou para o risco da "doença da Holanda", quando os países produtores de petróleo acabam transformando "uma dádiva em maldição", com dinheiro fácil, pouco investimento, desindustrialização e empobrecimento. Tudo muito bom, tudo muito bem. Mas Lula não iria resistir, não é? E passou a atacar o governo FHC, ao comparar a situação atual com a era do "neoliberalismo", que chamava a "nossa querida Petrobras" de "último dinossauro". Foi a época do "deus mercado" e dos "tempos de pensamento subalterno", acusou, falando em juros altos, dívida externa, falta de reservas, um país que, "volta e meia quebrava". Se não é campanha eleitoral, é o quê? Mas Serra estava lá, numa das primeiras filas, perto das faixas de ONGs reclamando: "Pré-sal e poluição, não dá para falar de um sem falar do outro". Ele e Dilma comportaram-se direito. Lula não precisava da mesquinharia política. Como disse Dilma, o pré-sal consolida a posição política e econômica do Brasil no mundo. Não é exagero. Mas é uma vitória de décadas, e seus resultados não são de/para um governo, nem de/para uma geração. São para o Brasil e os brasileiros de hoje e do futuro, ganhe quem ganhar a eleição de 2010. Fechadas a reformulação da Defesa, a aliança dos submarinos com a França e a compra dos caças da FAB, Jobim vai voltar para casa?
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