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FOLHA DE SÃO PAULO - 16/08/09
Venezuela, Bolívia e Equador recuperam a retórica antiamericanista sob o impulso (seja ele só pretexto ou não) da ampliação do acordo militar EUA-Colômbia.
Brasil, Argentina e Chile, que ocupam a posição de centro, de equilíbrio e moderação, já chamam Obama "para uma conversa", como disse Lula, num tom que qualquer brasileiro compreende bem.
E Colômbia e Peru, os tradicionais aliados de Washington, parecem cada vez mais ilhados nesse oceano de ataques, por uns, ou de queixas, por outros.
É nesse contexto que o presidente do México, Felipe Calderón, visita o Brasil, onde terá encontros com Lula hoje à noite e amanhã.
Megapaís, com uma rica história e mais de 110 milhões de habitantes, o México foi um dos países mais atingidos pela crise econômica, ou por crises variadas.
A economia tremeu, as remessas dos nacionais que vivem nos EUA minguaram, o narcotráfico chegou com tudo, a criminalidade urbana disparou. O país finalmente acordou para o óbvio: pendurar a economia e a energia política num único país é arriscado. E custa caro.
O México é, assim, um caso exemplar do que a América do Sul não quer ser. Mas, de outro lado, de que adianta o México sair da órbita de uma potência em crise para se aproximar de uma Unasul dividida, belicosa e, ainda por cima, pobre?
A resposta pode esperar. Por ora, Brasil e México querem ampliar as relações bilaterais, e nem será surpresa um acordo de livre comércio entre os dois. É do interesse estratégico dos governos, que defendem maior integração, e do interesse comercial de seus empresários, ávidos por aumentar os negócios.
O Brasil, sem inimigos e sem estridência, é a porta de entrada para o México voltar para de onde ele nunca deveria ter saído. À América Latina o que é da América Latina.
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