FOLHA DE SÃO PAULO - 11/08/09
SÃO PAULO - Ofereço, de graça, ao senador Sérgio Guerra, presidente nacional do PSDB, uma defesa infalível para a eventualidade de ele vir a ser denunciado ao Conselho de Ética por ter pago viagem da filha aos Estados Unidos com dinheiro público.
É grátis porque se trata de cópia da defesa que o presidente do Senado, José Sarney, usou para justificar a sua interferência para empregar o namorado da neta às custas do meu, do seu, do nosso bolso.
Basta que Guerra diga, como Sarney, que pai nenhum se recusaria a atender a um pedido da filha para acompanhá-lo no delicado momento de uma consulta médica nos Estados Unidos (a propósito, o Senado não tem um belo corpo médico, também pago com o meu, o seu, o nosso dinheirinho?).
Se o argumento de Sarney serviu para que todos os pedidos de investigação fossem arquivados por aquele sub do sub do sub que preside o Conselho de Ética, por que Guerra também não seria sumariamente absolvido?
Aliás, o sub do sub do sub acaba de inventar um artigo novo na praça. Antes, havia condenação sumária; agora, há absolvição sumária. Investigação, que seria o correto, nadica de nada.
Repetir a, digamos, "defesa Sarney" teria tudo a ver. Afinal o, digamos, "espírito Guerra" é idêntico. A qualquer mortal comum jamais ocorreria usar dinheiro público para levar a filha para viajar. Para um senador é o normal.
Mesmo que, em uma urgência urgentíssima, o senador tivesse que fazer a filha viajar por conta do Senado, imediatamente depois ele correria, não fosse o "espírito Sarney/Guerra", a devolver o dinheiro aos donos (eu, você, todos nós).
Mas, como senador é um animal acima dessas miudezas, Guerra diz que não devolveu nem vai devolver porque não foi cobrado. Aposto que o sub do sub do sub aceita também esse argumento.
SÃO PAULO - Ofereço, de graça, ao senador Sérgio Guerra, presidente nacional do PSDB, uma defesa infalível para a eventualidade de ele vir a ser denunciado ao Conselho de Ética por ter pago viagem da filha aos Estados Unidos com dinheiro público.
É grátis porque se trata de cópia da defesa que o presidente do Senado, José Sarney, usou para justificar a sua interferência para empregar o namorado da neta às custas do meu, do seu, do nosso bolso.
Basta que Guerra diga, como Sarney, que pai nenhum se recusaria a atender a um pedido da filha para acompanhá-lo no delicado momento de uma consulta médica nos Estados Unidos (a propósito, o Senado não tem um belo corpo médico, também pago com o meu, o seu, o nosso dinheirinho?).
Se o argumento de Sarney serviu para que todos os pedidos de investigação fossem arquivados por aquele sub do sub do sub que preside o Conselho de Ética, por que Guerra também não seria sumariamente absolvido?
Aliás, o sub do sub do sub acaba de inventar um artigo novo na praça. Antes, havia condenação sumária; agora, há absolvição sumária. Investigação, que seria o correto, nadica de nada.
Repetir a, digamos, "defesa Sarney" teria tudo a ver. Afinal o, digamos, "espírito Guerra" é idêntico. A qualquer mortal comum jamais ocorreria usar dinheiro público para levar a filha para viajar. Para um senador é o normal.
Mesmo que, em uma urgência urgentíssima, o senador tivesse que fazer a filha viajar por conta do Senado, imediatamente depois ele correria, não fosse o "espírito Sarney/Guerra", a devolver o dinheiro aos donos (eu, você, todos nós).
Mas, como senador é um animal acima dessas miudezas, Guerra diz que não devolveu nem vai devolver porque não foi cobrado. Aposto que o sub do sub do sub aceita também esse argumento.
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