Dilma e o exemplo que vem do Sul
Autor(es): Vasconcelo Quadros |
Jornal do Brasil - 21/07/2009 |
O ministro Tarso Genro (foto) desencadeou um princípio de rebelião contra a tese da direção nacional do PT, de priorizar a aliança com o PMDB, mesmo que o partido se veja obrigado a abrir mão de candidaturas a governos estaduais. O primeiro a se manifestar depois que Genro ganhou, por consenso, o direito de disputar o governo gaúcho, é o prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias. Ele acha que, aberto o precedente, vai levar seu nome à convenção do partido e, se emplacar, irá até o fim para disputar o governo do Rio. Farias trabalha com a tese de que o governador Sérgio Cabral não ultrapassará os 30% e, sendo assim, a hipótese de um segundo turno ganharia corpo. A moda pode complicar a costura de Lula pela candidatura de Dilma. ObservadorTarso Genro explicou ontem que a presença do secretário-geral do partido, José Eduardo Cardozo, na convenção, foi uma demonstração de que não há insubordinação do PT gaúcho à orientação nacional. A recomendação de priorizar a aliança com o PMDB é onde e quando isso for possível – o que nunca foi o caso do Rio Grande do Sul. E Yeda e Serra? Ao contrário do que sugeriu o senador Sérgio Guerra, presidente do PSDB, o ministro não vê motivo para deixar o cargo por causa das investigações que a Polícia Federal – a ele subordinada – desenvolve tendo a governadora Yeda Crusius como alvo. "A Yeda e o Serra também renunciariam?", pergunta Genro. Segundo ele, um eventual afastamento depende unicamente do presidente Lula. Recomendações O relatório preliminar da FAB sobre o acidente com o A-320 em Congonhas, há dois anos, tem 61 recomendações destinadas à Anac, Infraero, TAM, Airbus, a fabricante do avião, e ao próprio órgão encarregado das investigações, o Cenipa. Todas elas têm a finalidade de melhorar a segurança de voo e revelam um conjunto de fatores que podem ter contribuído para o acidente que matou 199 pessoas, 12 delas no prédio onde o avião se chocou depois de varar a pista. Relações perigosas Ao aceitar, ontem, a nova denúncia contra o banqueiro Daniel Dantas, a Justiça Federal desmembrou a Operação Satiagraha em outras três investigações que vão levar dor de cabeça ao governo e ao PT. Uma delas vai apurar o papel do advogado Luiz Eduardo Greenhalgh nos negócios de Daniel Dantas. O MP suspeita que não havia procuração, mas ele diz que atuou como advogado. O grande negócio A investigação que o governo queria evitar vai esclarecer as circunstâncias em que o banqueiro transferiu a Brasil Telecom para a OI. Dantas alega que o PT tomou o controle de suas mãos. Mas o negócio envolveu financiamento oficial, e o próprio banqueiro acabou sendo beneficiado. Avisaram aos russos? Novo decreto do presidente Lula e da ministra Dilma Rousseff cria um grupo "interinstitucional" para supervisionar as buscas no Araguaia. Fazem parte os ministros Paulo Vannuchi, dos Direitos Humanos, Antônio Hermann, do STJ, um ex-ministro de Fernando Henrique, José Gregori (Justiça), o ex-procurador-geral Paulo Fonteles e, entre outros, o jornalista Ricardo Kotscho. Só falta combinar com o Exército. A lista A Polícia Federal tem uma relação de pelo menos 50 grandes investidores que aplicaram ilegalmente seus recursos no exterior através do Fund Opportunity, cujas atividades serão tratadas numa investigação específica autorizada agora pela Justiça Federal. Insônia Tem gente do PSDB reunindo dados sobre recursos do Petros, o fundo de pensão da Petrobras, aplicados nos empreendimentos da Cooperativa dos Bancários de São Paulo (Bancoop). DEA Expulsos da Bolívia por decisão do presidente Evo Morales, os agentes da Drug Enforcement Administration (DEA), a famosa agência americana de combate aos cartéis de cocaína, encontraram guarida no Brasil. Boa parte deles vive em Brasília, perfeitamente integrada à política de cooperação internacional de combate ao crime. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário