FOLHA DE SÃO PAULO - 09/06/09
SÃO PAULO - Diz a ministra Dilma Rousseff que um eventual terceiro mandato para o PT em 2010 seria para "um projeto", não para um nome (no caso o de Luiz Inácio Lula da Silva).
Se é assim, vejamos o que diz de tal "projeto", na área ambiental, uma das raras personalidades do PT que não renunciou ao dever de pensar, a senadora Marina Silva: "Essa conversa [em torno de deletérias alterações nas regras de defesa do meio ambiente] nos leva de volta ao Brasil das capitanias hereditárias. Ele está inteiro, poderoso, imutável, um encrave dentro de nossa pretensa modernidade. Nessa lógica, a lei só vale quando não contraria alguns interesses. Provavelmente, regras universais e o bem comum são considerados excentricidades".
Vale para o meio ambiente, vale para o conjunto da obra. Vale para o presente governo, vale para o anterior, de que dá prova a farta coleção de políticos que empobreceram o governo anterior e foram chamados para empobrecer também o atual.
Seria exagero dizer que vale para todos os governos anteriores desde as capitanias hereditárias? Tem-se, pois, que quem não se conforma com a mediocridade e/ou o retrocesso não tem "projeto" a escolher.
Nem fora do Brasil, aliás. Vide o resultado da eleição para o Parlamento Europeu. No meio de uma crise formidável, provocada pelo exagero de liberalismo, ganham os "projetos" liberais e/ou conservadores e ainda avança, em dez países, a retrógrada extrema-direita.
O "projeto alternativo" que em tese (só em tese) seria representado pela social-democracia perde onde é governo (Espanha e Reino Unido) e perde também onde a direita é governo (França, Itália e Alemanha), para ficar só nos grandes países do conglomerado europeu.
As Marinas Silvas deste mundo vão acabar falando sozinhas. Pena.
SÃO PAULO - Diz a ministra Dilma Rousseff que um eventual terceiro mandato para o PT em 2010 seria para "um projeto", não para um nome (no caso o de Luiz Inácio Lula da Silva).
Se é assim, vejamos o que diz de tal "projeto", na área ambiental, uma das raras personalidades do PT que não renunciou ao dever de pensar, a senadora Marina Silva: "Essa conversa [em torno de deletérias alterações nas regras de defesa do meio ambiente] nos leva de volta ao Brasil das capitanias hereditárias. Ele está inteiro, poderoso, imutável, um encrave dentro de nossa pretensa modernidade. Nessa lógica, a lei só vale quando não contraria alguns interesses. Provavelmente, regras universais e o bem comum são considerados excentricidades".
Vale para o meio ambiente, vale para o conjunto da obra. Vale para o presente governo, vale para o anterior, de que dá prova a farta coleção de políticos que empobreceram o governo anterior e foram chamados para empobrecer também o atual.
Seria exagero dizer que vale para todos os governos anteriores desde as capitanias hereditárias? Tem-se, pois, que quem não se conforma com a mediocridade e/ou o retrocesso não tem "projeto" a escolher.
Nem fora do Brasil, aliás. Vide o resultado da eleição para o Parlamento Europeu. No meio de uma crise formidável, provocada pelo exagero de liberalismo, ganham os "projetos" liberais e/ou conservadores e ainda avança, em dez países, a retrógrada extrema-direita.
O "projeto alternativo" que em tese (só em tese) seria representado pela social-democracia perde onde é governo (Espanha e Reino Unido) e perde também onde a direita é governo (França, Itália e Alemanha), para ficar só nos grandes países do conglomerado europeu.
As Marinas Silvas deste mundo vão acabar falando sozinhas. Pena.
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