Fala Dilma
Ilimar Franco |
O Globo - 30/04/2009 |
Emocionada, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) conta como foi tomada a decisão de divulgar sua doença. Ela diz: “As coisas têm que ser construídas. Eu precisava, em primeiro lugar, informar a minha família e depois o presidente da República. Não queria que a minha mãe e a minha filha soubessem pelo jornal. Não resisti coisíssima nenhuma. A especulação é desrespeitosa. Há um fato: fizemos o reconhecimento público. Eu o fiz”. Dilma não quer mais falar da doença A ministra não está disposta a falar do tratamento que fará nos próximos meses. Ela explica: “Não pretendo transformar minha doença em um espetáculo de mídia. Fiz o que tinha de fazer. Informei a minha família, o presidente e depois a população. Após o tratamento, se houver algo relevante, que possa ajudar outras pessoas, tornarei isso público”. E desabafa, dizendo que dar a notícia para os seus foi muito difícil: “Não foi nada agradável. Você tem filha? Algumas pessoas são mais frágeis, outras mais fortes. O presidente Lula me protege, me ajuda. A minha mãe e a minha filha, eu é que tenho que proteger. Você sabe o que é falar isso para um filho e ainda ter que consolá-lo?”. "O efeito é que o Serra vai achar que também está doente” — Sérgio Guerra, presidente do PSDB, brincando com a fama de hipocondríaco do governador, ao ser questionado sobre os efeitos políticos do tratamento de saúde por que passa a ministra Dilma Rousseff MENOS ESTADO. Os estados sofrem com a crise econômica. O governador de Sergipe, Marcelo Déda, começou o ano determinando que a média dos gastos seguiria os patamares do ano passado. Nesta semana, anunciou uma nova redução de gastos de 10%. Nos próximos dias, ele vai reduzir o tamanho do governo. Déda vai anunciar a extinção e fusão de três ou quatro secretarias estaduais. No primeiro trimestre, a arrecadação foi R$ 12 milhões menor em relação ao mesmo período de 2008. Cabo de guerra O senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) e o líder do PMDB na Câmara, Henrique Alves (RN), não têm a mesma visão sobre 2010. Garibaldi quer uma aliança regional com o DEM e o PSDB. Henrique quer um acordo com o PSB e o PT. Faca no pescoço O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), comanda uma rebelião contra o governo. No seu caso, a insatisfação é com a paralisia da obra de duplicação da BR-101 em Alagoas. O PMDB do Senado ameaça assinar a CPI do Dnit. Comparando o incomparável Meses atrás, o líder do DEM, José Agripino (RN), insinuou que a ministra Dilma Rousseff poderia estar mentindo ao Senado, como mentira sob tortura na ditadura. Nesta semana, Agripino voltou à carga perguntando se existia um estado policial no país. O ministro Tarso Genro (Justiça) respondeu dizendo que tal afirmação era descabida, pois, se fosse fato, nem o ministro da Justiça nem a Polícia Federal iriam ao Congresso dar explicações sobre seus atos. Calcanhar de Aquiles O PSDB vai fazer um grande evento na Paraíba, dia 11, com o título: “O PSDB e os programas sociais: passado, presente e futuro”. Querem mostrar que o DNA dos programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, seria tucano, e afirmar que eles terão continuidade em um eventual governo do PSDB. O local foi escolhido a dedo, já que o Nordeste é a região em que o PSDB tem maior dificuldade eleitoral. Ninguém verá mais tucanos falando em “Bolsa Esmola”. PARA ESQUIVAR-SE de perguntas sobre sua candidatura ao governo de São Paulo, Geraldo Alckmin saiu-se com essa: “Há dois tipos de ansiosos: os jornalistas e os políticos”. O INSTITUTO Tancredo Neves, do DEM, trará ao país, em junho, para debater a crise, o economista Kenneth Rogoff, consultor do FMI e professor de Harvard. UM JORNALISTA pergunta para o presidente do STF, ministro Gilmar Mendes: “O senhor falou com o ministro Joaquim (Barbosa)?” A resposta de Gilmar: “Não. Aliás, eu não falo com ele há anos”. |
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