FOLHA DE SÃO PAULO - 19/04/09
BRASÍLIA - O Congresso só tem uma alternativa: ou dar ou dar um choque de moralidade. O que nos leva à séria desconfiança de que não há alternativa nenhuma.
O necessário e urgente choque esbarra em sólidos obstáculos: os presidentes do Senado, José Sarney, e da Câmara, Michel Temer, a cultura arraigada de privilégios e até o momento de crise econômica.
Sarney e Temer não têm temperamento para o confronto, fogem de problemas como o diabo da cruz e já passaram pelas duas presidências antes sem mexer um dedo para mudar as coisas. De Sarney, aliás, diz-se que ele não apenas manteve como disseminou a farra.
Qualquer solução exige medidas duríssimas, que desagradariam senadores, deputados e funcionários menos ou (principalmente) mais graduados. São 180 diretorias? Que virem 18. Pagaram horas extras no recesso? Devolva-se tudo, centavo por centavo. As notas eram de empresas do próprio parlamentar? Ele tem de ressarcir o Estado.
Mas tudo depois de uma medida crucial: acabar de uma vez por todas com a tal verba indenizatória, uma excrescência criada para compensar a falta de coragem para aumentar os salários quando era preciso. Não aumentaram e criaram essa verba, que escancarou de vez o portão dos desvios e maracutaias.
Há consenso de voltar atrás: acabar com a verba indenizatória e aumentar os salários (hoje de R$ 16,5 mil, contra R$ 24,5 mil de ministros do STF). Trocar a mentira pela verdade de cada parlamentar. Que ele viva do próprio salário.
Mas como falar em aumento de salário de deputado e senador numa hora dessas? A combinação de crise moral do Congresso com crise econômica que ameaça os empregos da iniciativa privada inviabiliza qualquer sugestão assim.
Segundo importante nome da República que não é e nunca foi parlamentar, "o caminho está aí, o difícil é atravessar a pinguela" (lançar a tese e conquistar a opinião pública). Algum doido se habilita?
BRASÍLIA - O Congresso só tem uma alternativa: ou dar ou dar um choque de moralidade. O que nos leva à séria desconfiança de que não há alternativa nenhuma.
O necessário e urgente choque esbarra em sólidos obstáculos: os presidentes do Senado, José Sarney, e da Câmara, Michel Temer, a cultura arraigada de privilégios e até o momento de crise econômica.
Sarney e Temer não têm temperamento para o confronto, fogem de problemas como o diabo da cruz e já passaram pelas duas presidências antes sem mexer um dedo para mudar as coisas. De Sarney, aliás, diz-se que ele não apenas manteve como disseminou a farra.
Qualquer solução exige medidas duríssimas, que desagradariam senadores, deputados e funcionários menos ou (principalmente) mais graduados. São 180 diretorias? Que virem 18. Pagaram horas extras no recesso? Devolva-se tudo, centavo por centavo. As notas eram de empresas do próprio parlamentar? Ele tem de ressarcir o Estado.
Mas tudo depois de uma medida crucial: acabar de uma vez por todas com a tal verba indenizatória, uma excrescência criada para compensar a falta de coragem para aumentar os salários quando era preciso. Não aumentaram e criaram essa verba, que escancarou de vez o portão dos desvios e maracutaias.
Há consenso de voltar atrás: acabar com a verba indenizatória e aumentar os salários (hoje de R$ 16,5 mil, contra R$ 24,5 mil de ministros do STF). Trocar a mentira pela verdade de cada parlamentar. Que ele viva do próprio salário.
Mas como falar em aumento de salário de deputado e senador numa hora dessas? A combinação de crise moral do Congresso com crise econômica que ameaça os empregos da iniciativa privada inviabiliza qualquer sugestão assim.
Segundo importante nome da República que não é e nunca foi parlamentar, "o caminho está aí, o difícil é atravessar a pinguela" (lançar a tese e conquistar a opinião pública). Algum doido se habilita?
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