terça-feira, abril 28, 2009

ARI CUNHA

Má vontade e falsidade


Correio Braziliense - 28/04/2009
 

Avoluma-se no Congresso a campanha contra o país. O trabalho do legislador é honrar seu posto e promover o bem da sociedade com projetos que facilitem a vida dos eleitores. O que temos observado é o comportamento egoísta dos representantes do povo. Atacam as mesas do Congresso como se o erário tivesse obrigações de oferecer tantas vantagens. O que se esperava seria o reconhecimento da crise universal. Nesta hora, cada parlamentar, por dever cívico, tem a obrigação de se ombrear com os eleitores. Os que votam os colocam no Legislativo para serem atendidos e orientados nas necessidades da vida. A maioria dos parlamentares preferiu não reconhecer a realidade. Pendeu para o deboche como se a mãe pátria fosse prioridade deles. Então vieram as gaiatices. “Quando eu vim para cá recebi passagem. É obrigação que continue.” Outros procuram lançar as famílias contra o Estado. “Eu tenho que viajar e a família também. Estão nos separando da mulher e filhos.” O sofisma deixa mal a família parlamentar. A pátria é a mãe de todos. O erário não deve e não pode ser a mãe de leite. “É tempo de murici. Cada um cuide de si”, como dizia o filósofo de Mondubim. Trabalhar é preciso. E a nave vá. Fiquem do lado do povo e do Brasil.


A frase que não foi pronunciada

“Se você não acredita em sorte, o azar é seu.”
Presidente Lula da Silva, pensando enquanto lê boletins sobre sua popularidade.


Alforria 
A notícia foi dada palidamente num canto de página. O ministério Público Federal considerou convincentes as explicações e os documentos apresentados por Agaciel Maia, ex-diretor-geral do Senado, na justificativa de sua defesa. 

Popularidade 
Lugo, presidente do Paraguai, está na crista da onda. Novo, atraente, sofre assédio de muitas mulheres. Aparecem como sendo mães de filhos do ex-bispo. Faz sucesso na política, tanto quanto na popularidade desfrutada pelas mães que se dizem vítimas. Por segurança, Lugo reconheceu uma filha, pediu desculpas á sociedade. Aumentou sua aceitação social. 

Turismo no Ceará 
Turista se hospeda num bom hotel do Ceará e pede suco de caju. O garçon serve suco em lata. Reclamando na gerência, ele conhece a razão. Ouve que, com o Bolsa Família dado pelo governo federal, não se encontra mais quem queira apanhar caju por R$ 10 ao dia. Só se eu mesmo for apanhar. Mas aí o senhor fica sem assistência neste hotel. 

Juros 
A diferença entre juros pagos pela captação do banco e os cobrados para emprestar custou ao Brasil R$ 8,2 bilhões neste começo de ano. A informação é resultado de estudos encabeçados pelo Banco Central e a Federação das Indústrias de São Paulo. 

Futebol 
Osmar Pontes fala todas as manhãs com o senador Vieira. Informa que, ontem, o Fortaleza ganhou do Ceará no futebol. Ninguém dormiu. A farra ainda cedo não havia terminado. 

Prejuízos 
Santa Catarina vai sofrer muito. A destruição de matas e o desgaste das fontes de águas estão criando situação de insustentabilidade para a população. A cada dia aumentam as dificuldades. Pior é que não se pode calcular em que tempo as coisas poderão melhorar. São desastres provenientes do pouco cuidado da população ao longo dos anos. 

Administração 
Vicente Pires vai ser a mais nova administração de Brasília. Há reclamações sobre o excesso de vantagens dos funcionários e custo da administração. José Roberto Arruda vai minimizar outras administrações já sobrecarregadas. Pretende remanejar o staff. Assim, é o que informa, será possível dar nova moldura aos cargos em comissão.

História de Brasília

Se a Câmara concordasse com a proposta recebida, o melhor negócio de Brasília seria esticar tapete ou vender capacho de coco. (Publicado em 28/1/1961)

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